Imprensa alemã destaca visita de ministro dos Negócios Estrangeiros à África
28 de março de 2014O Süddeutsche Zeitung destacou durante a semana a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, a Etiópia, Tanzânia e Angola. Conforme o texto, o Governo alemão pretende estabelecer uma “estratégia para a África”.
Isto significaria, segundo o jornal, que os vários ministérios deveriam coordenar planos articulados sobre suas atividades no continente.
O ministro declarou que um dos objetivos da viagem era saber o que os países parceiros queriam da Alemanha. Steinmeier ressaltou a necessidade de manter a agenda nos países, apesar da crise na Ucrânia.
Ele disse que era importante se dar conta de que a África tem mudado muito rapidamente nos últimos anos.
Tanto com relação às crises - como no Mali, Sudão do Sul e República Centro-Africana - quanto no crescimento econômico de alguns países.
Ebola de volta às páginas
O Frankfurter Allgemeine Zeitung destacou o surto de Ebola na África Ocidental. A matéria escrita em Joanesburgo, noticia que o governo da Guiné-Conacry estaria tomando medidas “incomuns” com o retorno da doença.
O ministro da Saúde do país, René Lamah, esteve nos lugares onde surgiram os primeiros casos – Kissidougou e Macenta, na fronteira com a Libéria.
Para a surpresa de todos, no encontro com a população local, o ministro puxou um morcego de um saco e disse: “vocês não devem mais comer isto”. Ele referia que o animal é o hospedeiro do vírus.
Como suspeita, entende-se que a transmissão acontece através do consumo de macacos que, por sua vez, comem frutas que de alguma forma estão em contato com fezes de morcego.
Conforme o jornal, em algumas áreas na África Ocidental, tais morcegos são considerados iguarias, uma vez que se acredita que possam curar os efeitos do consumo excessivo de álcool. A carne é fibrosa, rica em proteínas e barata. Os animais são considerados bastante fáceis de serem caçados.
Fatores que complicam
O Tageszeitung publica uma matéria que prevê períodos difíceis para a Missão de paz da ONU na República Democrática do Congo (MONUSCO). A MONUSCO foi prolongada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas nesta nova fase, ao mesmo tempo, terá de lutar contra rebeldes e poupar recursos.
Tudo indica que equipamento de combate da MONUSCO será transferido para a República Centro-Africana e para o Sudão do Sul.
O orçamento anual da missão é de 1,5 mil milhão de dólares. Cerca de 20 mil capacetes azuis estão em atividade na missão mais cara da ONU. Por muitos anos, o trabalho na região foi criticado.
No entanto, em 2013 a brigada com mandato para atacar os rebeldes obteve sucesso, fazendo com que o Movimento 23 de Março (M23) fugisse para o Uganda.
Atualmente a brigada apóia o exército do país contra as investidas das Forças Democráticas Aliadas (ADF). Além disso, as milícias hutu de Ruanda, a Força Democrática para a Libertação do Ruanda (FDLR), deve começar a ser caçada.
Apelo por segurança
A Conferência Internacional sobre os Grandes Lagos, realizada nesta semana em Angola, recomendou que o Conselho de Segurança tome uma ação militar urgente contra quem não quer ser desarmado na região.
A referência é direta ao FDLR, que deve contar com entre mil a 2 mil milicianos. Teme-se que a transferência de recursos para outras áreas enfraqueça o combate aos grupos rebeldes na República Democrática do Congo.
A propósito o Die Zeit lembrou do genocídio no Ruanda para referir que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon alertou para a necessidade de evitar que um genocídio também ocorra em outras regiões. A matéria de Sarah Brockmeier cita os massacres recentes na República Centro-Africana e no Sudão do Sul, onde soldados do governo têm atacado pessoas de outras etnias.