Ian Khama deixa a Presidência do Botswana
31 de março de 2018O Presidente do Botswana, Ian Khama, deixou o cargo este sábado (31.03) após dez anos no poder, transferindo a chefia do Governo para o vice, Mokgweetsi Masisi.
Ian Khama, que completou dois mandatos de cinco anos como permitido pela Constituição, deixa a Presidência do país 18 meses antes das próximas eleições.
Desde dezembro do ano passado, Khama visitou todas as 57 circunscrições do Botswana num longo adeus à população de 2 milhões de habitantes. A administração do ex-presidente foi marcada por críticas abertas contra o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e contra o ex-presidente do Zimbabué Robert Mugabe.
O vice Mokgweetsi Masisi ficará no poder até as próximas eleições presidenciais, em 2019. A principal tarefa do presidente interino será diminuir a dependência da economia do Botswana do diamante. "Não estou certo sobre a competência dele no campo económico, mas se ele tiver o respeito dos ministros deverá ser capaz de fazê-lo", observa o analista político Ndulamo Anthony Morima.
Masisi é professor e trabalhou com políticas de educação para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) por oito anos. Entre 2011 e 2014, serviu como ministro de Assuntos Públicos e depois como ministro da Educação. Em 2017, foi nomeado como vice-presidente do Botswana.
Ao assumir o novo cargo, Masisi torna-se o terceiro presidente do país a não integrar a família Khama, que domina a política do país desde a independência do Reino Unido, em 1966.
Família Khama
O agora ex-presidente Ian Khama é filho do primeiro presidente do Botswana, Seretse Khama, e também assumiu a Presidência do país no lugar de Festus Mogae, em 2008, um ano antes das eleições presidenciais.
Com a saída de Ian Khama, seu irmão mais novo, Tshekedi Khama, que é ministro do Turismo, será o único membro da família a ocupar altos cargos no Governo do Botswana.
O pequeno Estado da África Austral, uma das democracias mais estáveis do continente africano, é governada desde a independência, em 1966, pelo Partido Democrático do Botswana (BDP, na sigla inglesa). A expectativa é que o partido nomeie Masisi como candidato às próximas eleições presidenciais, em 2019.