Há cada vez mais lixo nas ruas de Luanda
22 de abril de 2015
Ao circular em vários bairros de Luanda, quer em zonas urbanas, quer nos subúrbios, é notável a quantidade de lixo. Há áreas em que as ruas ficaram intransitáveis devido aos resíduos sólidos que não são recolhidos pelas empresas que fazem a limpeza da cidade.
Segundo o jornal Nova Gazeta, o Governo de Luanda tem uma dívida milionária para com as operadoras de recolha do lixo. A instituição dirigida por Graciano Domingos deve à Solisal mais de 17,4 milhões de kwanzas (149 mil euros); à Envirobak deve mais de 384 milhões de kwanzas (3,28 milhões de euros); à Clean City deve 40 milhões (mais de 341 mil euros) e à Vista West deve cerca de 2 mil milhões de kwanzas (cerca de 17 milhões de euros).
Estes números da dívida levaram ao cancelamento da recolha de lixo em muitas zonas. As empresas não conseguem pagar o combustível das viaturas de recolha do lixo e os salários.
Província promete pagar dívidas
A 1 de abril, o governador de Luanda reuniu com as operadoras e prometeu pagar as dívidas.
"Assumimos que temos dívidas e que as vamos pagar. Estamos a trabalhar em conjunto com o Ministério das Finanças para dar maiores garantias aos nossos credores", afirmou Graciano Domingos.
No entanto, três semanas depois da reunião, a DW África fez uma ronda nos bairros da capital angolana e observou que a situação permanece na mesma, apesar de algumas empresas estarem a exercer as suas atividades.
Em Luanda, há zonas que nunca tiveram contato com as empresas de saneamento básico. Muitos moradores enterram lixo nos seus quintais: "O carro do lixo nunca passou nesta rua. Muitas pessoas aguardam os tais carros, que todo o mundo deseja", diz uma munícipe.