Niassa preocupada com o ataque armado à Mecula
2 de dezembro de 2021A população da capital da província, Lichinga, sente-se amedrontada por causa do ataque no distrito da Mecula.
Entrevistados pela DW África, alguns residentes da cidade de Lichinga temem que os insurgentes invadam aquela cidade.
António Viegas é disso exemplo e apelam às autoridades governamentais para que controlem a situação, antes que a violência se alastre por toda a província.
"A questão de Mecula preocupa-nos e é preciso que as autoridades sejam vigilantes, usando os meios possíveis que temos, os militares, a polícia e também os serviços especiais”, recomenda António Viegas.
Viegas não tem dúvidas de que os atacantes que invadiram Mecula, sejam os insurgentes que atormentam a província de Cabo Delgado desde 2017, e expica: "Niassa e Cabo Delgado fazem fronteira. Rntão queremos que as autoridades ponham a peito essa situação”.
"Pedimos à polícia para nos proteger, nós já não temos idade de correr novamente por causa de uma guerra”, disse a residente Ana Castro à DW África.
De acordo com a imprensa local, os insurgentes terão raptado cerca de uma centena de jovens e incendiado várias residências e barracas.
Estas notícias colocam em "pânico” alguns moradores de Lichinga, cujo familiares se encontram no distrito de Mecula, conta Virgínia Melo.
"Quando ouvimos dos ataques pensamos logo nos nossos parentes que estão no distrito, o que será que aconteceu com eles?”, diz esta residente, para quem, neste momento "só temos de orar para que as Forças de Defesa Moçambicanas consigam parar esta situação”.
Situação controlada
O administrador do distrito de Mecula, António Joaquim, sem dar mais detalhes, alegadamente porque não estava autorizado pela falar à imprensa, garantiu que, "a situação em Mecula está calma e controlada, as Forças de Defesa estão a trabalhar”.
O distrito de Mecula faz fronteira a norte com a Tanzânia e a este com o distrito de Mueda em Cabo Delgado – palco, nos últimos dias, de algumas incursões de grupos terroristas.