Qual o contributo das guineenses para as presidenciais?
26 de dezembro de 2019A intervenção das mulheres na vida política e social guineense ganhou mais força desde a aprovação da Lei de Paridade, em agosto de 2018, que estabelece a participação mínima de 36% das mulheres na esfera decisória do país.
Desde as eleições legislativas, realizadas em março de 2019, as mulheres têm tido uma participação e intervenção ativa na consciencialização da sociedade, principalmente nas políticas públicas que visam o desenvolvimento do país.
Mas nesta segunda volta das eleições presidenciais, marcadas para 29 de dezembro, que opõe Domingos Simões Pereira, apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para Alternância Democrática (MADEM G-15), alguns setores têm questionado o alegado silêncio das mulheres guineenses.
No entanto, a presidente da Plataforma Política das Mulheres (PPM), Silvina Tavares, nega esta observação e lembra que a sua organização está no terreno a trabalhar, e de ter feito inclusive vários apelos nos órgãos de comunicação social aos candidatos.
"Estamos a fazer sensibilizações em todas as regiões do país, porque o nosso trabalho não é só numa única direção, a dos candidatos, vai também em direção do eleitorado. Trabalhamos não só em apelos em órgãos de comunicação social, como também vamos ao terreno falar com o eleitorado, de forma a saberem em quem, como e para quê votar", garante Silvina Tavares.
Próximos desafios
Olhando para os próximos desafios, que ao serem ultrapassados podem levar o país ao desenvolvimento, Silvina Tavares não tem dúvidas que a participação feminina pode influenciar o arranque do país: "Está provado que sem a participação e a contribuição das mulheres, dificilmente qualquer país arranca".
"É preciso que todos os filhos, de qualquer país que seja, tenham uma contribuição a dar, de forma dizer que faço parte do país, porque a minha voz se faz ouvir, ainda que seja através de outras pessoas", reforçou.
Da mesma forma, para a jornalista Djelma Fati e para a cidadã Rozimélia Saqui, o contributo das mulheres guineenses é inquestionável. A jornalista lembrou que, "no campo político, as mulheres tiveram um papel muito importante na última crise política, com atividades de gerenciamento de conflitos e encontros com líderes políticos, encontros que tiveram resultado satisfatório e plausível".
Já Rozimélia Saqui considerou que "o papel da mulher é fundamental em qualquer situação polítco-social". Para esta cidadã guineense, "a palavra de uma mulher e o seu sentimento são importantes, porque valem muito mais e podem ajudar no desenvolvimento da sociedade e de qualquer país".
Entretanto, a campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais termina esta sexta-feira (27.12). Os dois candidatos vão fechar os comícios em Bissau, sendo que na noite desta quinta-feira, (26.12), vão estar frente a frente num debate televisivo, que promete mobilizar milhares de guineenses.
Também nesta quinta-feira (26.12), forma chamados às urnas para o voto antecipado os membros das forças de defesa e segurança, que no dia das eleições estarão de serviço. A votação decorre ao longo do dia em todo o território nacional, segundo informações da Comissão Nacional de Eleições.