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Guiné-Bissau: Presidente convoca Conselho de Estado

António Deus
4 de dezembro de 2023

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, convocou o Conselho de Estado para esta segunda-feira, na sequência dos confrontos armados de sexta-feira, que classificou como uma "tentativa de golpe de Estado".

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Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau
Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-BissauFoto: Privat

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, convocou o Conselho do Estado, órgão de consulta do Chefe de Estado, para discutir o momento que se vive no país. 

De acordo com fontes oficiais à DW, a reunião deverá decorrer a partir das 10h45 minutos, tempo de Bissau, no Palácio da República, na capital. 

Neste domingo (03.12), o chefe de Estado guineense reuniu-se com as chefias militares, após visitar as instalações militares em Bissau, na sequência dos tiroteios registados na capital do país na passada sexta-feira (01.12). 

Sissoco Embaló afirmou que foi alvo de uma tentativa de golpe de Estado e deixa um recado aos responsáveis: "Esta tentativa de golpe de Estado terá consequências pesadas". "O teatro acabou”, afirmou, acrescentando que "toda a gente que está implicada nesta tentativa vai pagar caro”. 

Horas após a reunião com Sissoco Embaló, através de um comunicado, o Estado Maior General das Forças Armadas acusou a Guarda Nacional de tentativa de "subversão da ordem constitucional legalmente estabelecido no país". 

Várias detenções

Tudo aconteceu durante a madrugada de sexta-feira, prolongando-se durante essa mesma manhã, quando o batalhão da guarda presidencial e a Polícia Militar atacaram o comando da Guarda Nacional para retirar o ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro.  

Ruas de Bissau durante o dia de sexta-feira (01.12)
Ruas de Bissau durante o dia de sexta-feira (01.12)Foto: Alison Cabral/DW

Os dois governantes foram para lá levados pela Guarda Nacional que os retirou das celas da Polícia Judiciária (PJ), onde estavam em prisão preventiva por ordens do Ministério Público que os investiga no âmbito de um processo de pagamento de dívidas a 11 empresas.  

Do ataque ao quartel da Guarda Nacional resultaram dois mortos, a retirada dos dois governantes, que foram novamente conduzidos às celas da PJ e ainda a detenção do comandante da corporação, coronel Vítor Tchongo, e mais alguns elementos.  

As reações políticas a este evento violento em Bissau não tardaram. Cerca de 24 horas após o tiroteio em Bissau, Domingos Simões Pereira, Presidente da Assembleia Nacional Popular, reagiu em conferência de imprensa apenas enquanto líder do PAIGC. Lamentou os atos de violência e exortou as entidades competentes a permitirem que a verdade seja esclarecida. 

Do lado do Governo, um membro da coligação PAI-Terra Ranka, que falou em anonimato à agência Lusa, considerou que a troca em Bissau é "um golpe de força da Presidência da República contra a Guarda Nacional que simplesmente havia protegido a vida de dois membros do governo". 

Do outro lado da barricada, o MADEM G15, que lidera a oposição na Guiné-Bissau, afirmou através de comunicado que se viveu uma tentativa de golpe de Estado e felicitou as Forças Armadas na resposta contra a Guarda Nacional. 

Mas as reações não se resumem aos protagonistas do país. A CEDEAO, também através de comunicado, condenou os atos de violência em "todas as tentativas de perturbação da ordem constitucional" no país.  

A comunidade pede ainda a "detenção e julgamento dos responsáveis pelo incidente".

Domingos Simões Pereira reage a tiroteios em Bissau