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Guiné-Bissau: PAIGC satisfeito com recomendações da CEDEAO

Lusa | cvt
1 de fevereiro de 2020

Partido de Domingos Simões Pereira considera que aconselhamento da CEDEAO faz entender "que o respeito às leis é o único caminho para a salvaguarda da democracia". CNE e Sissoco Embaló ainda não se posicionaram.

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PAIGC National Headquarters
Foto: DW/B. Darame

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) congratulou-se esta sexta-feira (31.01) com as recomendações da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) para se ultrapassar o impasse pós-eleitoral na Guiné-Bissau.

Segundo Óscar Barbosa, porta-voz do partido, o PAIGC considera que as recomendações da CEDEAO "vão ao encontro" da posição defendida pelo Supremo Tribunal de Justiça, na apreciação ao recurso contencioso interposto por Domingos Simões Pereira, líder e candidato do partido às eleições presidenciais, que não concordou com os resultados da votação, anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

"Para nós, o comunidade da CEDEAO é um aconselhamento às partes envolvidas ao estrito cumprimento do acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, fazendo entender às entidades que o respeito às leis é o único caminho para a salvaguarda da democracia na Guiné-Bissau", observou Óscar Barbosa.

Uma missão ministerial da organização africana esteve em Bissau, na quinta-feira (30.01), tendo, no final de vários encontros, recomendado para que, até 7 de fevereiro, a CNE volte a fazer o apuramento nacional dos resultados, na presença de representantes de Umaro Sissoco Embaló e Domingos Simões Pereira, os candidatos à segunda volta das eleições presidenciais de 29 de dezembro.

O processo deverá ser feito sob a égide da CEDEAO, recomendou a missão ministerial.

Guinea-Bissau António Óscar Barbosa von PAIGC
Óscar BarbosaFoto: DW/I. Dansó

Preservar a credibilidade

Para o PAIGC, a organização não está a impor nada aos guineenses, mas a fazer vincar as leis do país.

"Mas também para o PAIGC e para a candidatura [de Simões Pereira], o comunicado da CEDEAO é uma forma política fina de tentar salvar o desacreditado presidente da CNE que deixou dúvidas no seu comportamento na forma como conduziu este processo", defendeu Óscar Barbosa.

De acordo com o dirigente do PAIGC, "uma recontagem de votos, de forma transparente" irá provar que a vitória de Domingos Simões Pereira "lhe foi retirada de forma escandalosa".

Óscar Barbosa considerou ainda que o seu partido entende o comunicado da CEDEAO como "um elemento positivo para a credibilização das instituições" da Guiné-Bissau.

Contatada pela Lusa, a CNE disse que não vai reagir ao comunicado da CEDEAO.

A candidatura de Umaro Sissoco Embaló diz estar a analisar o comunicado para logo se posicionar.

A CNE deu Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), como o vencedor do escrutínio com 53,55% dos votos, enquanto Domingos Simões Pereira conseguiu 46,45%.

A candidatura de Simões Pereira não aceita os resultados, alegando irregularidades na forma como a CNE conduziu o processo e ainda fraude eleitoral, daí o recurso ao Supremo Tribunal de Justiça.

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