Guiné-Bissau: Juventude propõe medidas para fim da crise
19 de fevereiro de 2024Em declarações à DW, o presidente do Fórum de Juventude dos Partidos Políticos com Assento Parlamentar da Guiné-Bissau (FJP), Uffé Vieira, disse que tem acompanhado com muita preocupação a situação que se vive no país e aponta os autores políticos como focos do impasse.
"Nós queremos um país de estabilidade, nós queremos um país de oportunidade para a juventude, nós queremos um país de justiça social, nós não queremos um país de instabilidades, de violências e muito menos um país em que os atores políticos tem monopólio e tem domínio de tudo o que acontece na vida social.Isto é grave", considerou Vieira.
Momento de união entre jovens
E o coordenador da Coligação da Juventude dos PALOP para a Guiné-Bissau, Vladimir Vitorino Gomes, salienta que atualmente vários jovens guineenses estão no desemprego como consequência das cíclicas crises políticas.
Gomes afirma que "perante atual contexto político e social que o país vive, o futuro da juventude continua a ser hipotecado pelas excessivas crises políticas por falta da cultura democrática, e de responsabilidade da ação governativa e por falta de sensibilidade de quem diz gerir e governar o país."
Perante este cenário, Vladimir Vitorino Gomes apela à união entre os jovens para exigir que os políticos assumam as suas responsabilidades para com o desenvolvimento do país. "É preciso que nós os jovens tenhamos a coragem de reposicionar a nossa forma de atuar face ao contexto político do país"
E o coordenador alerta: "Quando digo isto chamo atenção para juventude sobre a necessidade de refletirmos profundamente e construir uma ideologia da atuação coletiva face à desgovernação desencarnada que os nossos governantes vão tendo desde que é a Guiné-Bissau infelizmente."
Revisão de leis fundamentais do país
O líder do Fórum de Juventude dos Partidos Políticos defende que os jovens devem ter consciência clara dos seus interesses. Por isso, dgarante que estão a trabalhar para que o papel da juventude partidária deixe de ser acompanhar apenas os processos críticos, mas sim propor soluções de mediação.
Uffé Vieira sugere uma revisão profunda das leis fundamentais do país: "A forma como nós resolvemos as nossas crises, demonstra que as nossas leis fundamentais precisam de uma revisão profunda sobretudo a nossa Constituição, lei eleitoral, lei-quadro dos partidos políticos a regimento da Assembleia Nacional Popular."
Desde a dissolução do Parlamento, em dezembro passado, que a situação política e governativa na Guiné-Bissau está a piorar, tendo atualmente quase todas as instituições da República bloqueadas. A situação preocupa líderes de vários setores do país e também a comunidade internacional que têm apelado ao respeito pela ordem democrática no país.