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Bissau: Medidas tomadas pelo novo Governo reanimam economia?

7 de setembro de 2023

O novo Governo da Guiné-Bissau, que completa esta sexta-feira um mês desde a tomada de posse, está a adotar medidas de alívio económico, como comercialização da castanha de caju e controle dos preços dos produtos.

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Novo Governo da Guiné-Bissau
Foto: Privat

O Executivo liderado por Geraldo Martins, vindo das eleições legislativas de junho, tomou posse há 08 de agosto passado. De lá para cá, desdobra-se em iniciativas de alívio e aceleração económica da Guiné-Bissau. 

Neste momento, está a implementar um programa de emergência para minimizar, particularmente o aumento do custo de vida, com foco na ajuda para a comercialização da castanha do caju, o controlo dos preços dos produtos de primeira necessidade, educação, saúde, fornecimento de água potável e energia elétrica nas principais localidades e onde seja possível.

Recentemente, o novo Governo guineense também decidiu baixar o preço do saco do arroz de 50 quilogramas da espécie trinca 100% partido de 22.500 francos CFA (34 euros) para 17.500 francos CFA (cerca de 26 euros).

À DW, o economista guineense Serifo Só diz que as medidas já são visíveis e começam a aliviar a vida dos cidadãos.

DW África: Segundo o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Geraldo Martins, "os guineenses podem esperar um Governo que vai tentar resolver os seus problemas". Como avalia os primeiros passos do novo Governo em termos de revitalização da economia da Guiné-Bissau? Acha que este programa e emergência poderá ser cumprido a curto prazo?

Serifo Só (SS): São objetivos num espaço de 90 dias que dificilmente podem ser cumpridos por causa do timing. Mas já é um bom passo para melhorar o crescimento da economia da Guiné-Bissau. E a melhoria da vida da população.

Guinea Bissau Bus Station
O preço de transportes públicos poderá baixar nos próximos diasFoto: DW/F. Camara

DW África: Já é possível ver mudanças significativas?

SS: Sim já, sobretudo a redução dos preços de produtos da primeira necessidade, basicamente o arroz, que é principal alimento dos guineenses. O preço do arroz reduziu para 22%. Isso começa a aliviar a população no sentido de ter capacidade e poder de compra. Também a redução dos preços dos combustíveis. E até à próxima semana haverá uma redução drástica dos preços dos transportes públicos e isso facilita o dia-a-dia dos guineenses.

DW África: Para além das medidas que citou, que medidas ou estratégias podem ser adotadas para superar os reveses deste ano da castanha de caju e manter a estabilidade económica?

SS: Francamente, este ano a castanha de caju não pode acrescentar nada à balança da economia da Guiné-Bissau, porque já é um nado morto.

Indien Kollam Puthur | St Mary Cashew-Nuss-Verarbeitungszentrum
Esta época a comercialização da castanha de cajú pode estar comprometidaFoto: Swati Mishra/DW

DW África: Porquê?

SS: Porque agora mesmo com a facilidade que o Governo vai criar, o mercado internacional, refiro-me a Índia e Vietname, já têm este produto em grandes quantidades armazenadas. E estão neste momento a fazer a sua reposição para os mercados europeus para o consumo final. E não vejo assim tanta demanda no mercado internacional para puder comprar o produto que ainda está nas mãos produtores. Mesmo que compre será a um preço baixo para armazenar. 

DW África: Qual é a sua visão de longo prazo para a economia da Guiné-Bissau?

SS: No aspeto macro, digo que o país tem toda a possibilidade de se erguer economicamente. Temos três situações que se pode ter em conta, primeiro a Guiné-Bissau é um país com capacidade de desenvolver o setor primário da economia, segundo o país tem muita água que facilita acesso fácil ao mundo através do transporte fluvial de grande porte, e por último, é um país com uma população trabalhadora.

Neste momento, com a política que está a ser adotada pelo Governo, creio que daqui há um ano pode-se desenvolver o agro-negócio. E este setor pode muito ajudar a alavancar a nossa economia.

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