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Guiné-Bissau contra o tráfico de passaportes diplomáticos

Braima Darame (Bissau)
10 de janeiro de 2019

Autoridades judiciais da Guiné-Bissau lançam operação "Red Line" para combater o tráfico de passaportes diplomáticos e de serviços. Governo nega que haja tal negócio no país.

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Logo Polizei Guinea-Bissau
Logo polícia judiciária guineense

A polícia judiciária guineense confirmou à DW África a execução da operação "Red Line", lançada em 08.12, que visa combater o tráfico de passaportes da Guiné-Bissau - principalmente a venda de passaporte diplomático. São passaportes vendidos a grupos estrangeiros, muitas vezes envolvidos com o crime organizado

A PJ guineense está na posse de uma longa lista de cidadãos nacionais da Alemanha, Nigéria, Rússia, Espanha, França, Togo, China, Emirados Árabes Unidos, entre outros países, que terão comprado, de forma ilegal, os passaportes guineenses

Uma fonte da PJ revelou que nos últimos anos a prática decorreu com frequência, citando o caso de um cidadão francês que recebeu o passaporte diplomático guineense há um ano, e que neste momento está a ser investigado em França pela secreta local.

Justiça

Amerikanischer Reisepass (Symbolbild)
Foto ilustrativaFoto: picture alliance/Bildagentur-online/Tetra

As denúncias foram feitas há anos, mas nunca nenhum implicado foi levado à justiça, apesar de vários casos que indiciam essa prática criminosa, que alegadamente envolve altas figuras do Estado guineense.

Por sua vez, Domingos Correia, diretor-geral adjunto da polícia judiciária, afirma que a investigação e a operação continuarão:

"Confirma-se que foi lançada a operação 'Red Line' para investigar diversas denúncias que a PJ teve acesso sobre o tráfico de passaportes da Guiné-Bissau, em especial o passaporte diplomático. Estamos na fase operacional e, devido aos imperativos de segredos que cobrem a investigação, não estamos em condições de dar mais detalhes. Mas os trabalhos estão em curso", explicou.

Detenção

Guiné-Bissau: Guerra contra tráfico de passaportes diplomáticos

No início da operação "Red Line", a PJ deteve, por algumas horas, responsáveis da INACEP, imprensa nacional, responsável pelo banco de dados de passaportes e bilhetes de identidade dos guineenses, cujo servidor central se encontra na Eslováquia.

Confrontado com a situação pela DW, o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, João Butiam Có, nega que haja tráfico de passaportes e afirma que tudo está sob controle.

"Posso garantir que nunca tivemos todo o controlo de passaportes como agora na Guiné-Bissau. Podem fazer a operação e espero bem que divulguem os resultados para que os guineenses fiquem a saber do bom trabalho que estamos a fazer. Não há tráfico de passaportes - nem diplomático ou de serviço -, por isso, estamos completamente à vontade".

A PJ manifesta a sua determinação em continuar o combate à emissão ilegal dos documentos da Guiné-Bissau aos cidadãos estrangeiros para facilitar os seus negócios. Nas redes sociais, cidadãos anónimos postaram cópias de inúmeros passaportes diplomáticos emitidos aos asiáticos e europeus, que entretanto, nunca conheceram a Guiné-Bissau.

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