Guiné-Bissau: Formação do Governo nas próximas horas?
25 de abril de 2018Na Guiné-Bissau, o secretário-geral do Partido de Renovação Social (PRS), Florentino Pereira, anunciou na tarde desta quarta-feira (25.04) a assinatura do pacto de estabilidade, último obstáculo, por parte do PRS, para a formação do novo Governo.
Pereira avançou a informação após uma reunião com o Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) e a missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), segundo o correspondente da DW África em Bissau, Braima Darame.
Apesar da assinatura do pacto avançada pelo PRS, ainda não há detalhes sobre a tomada de posse do novo Governo. Falando à imprensa, Florentino Pereira assegurou que isto dependerá da Presidência da República e que agora o PRS vai remeter ao primeiro-ministro os nomes dos seus membros que deverão formar o Executivo.
Entretanto, o secretário-geral do PRS disse na terça-feira que o partido vai ficar com nove das prováveis 26 pastas do novo Governo. Florentino Pereira informou também que os cidadãos guineenses sancionados pela CEDEAO não deverão integrar o próximo Executivo, conforme avançou a agência de notícias Lusa e o jornal guineense O Democrata.
A reunião entre os partidos decorreu depois que a delegação da CEDEAO encontrou-se com o Presidente José Mário Vaz esta manhã. Neste encontro, o principal ponto de desentendimento entre as forças políticas para a formação do novo Governo – a atribuição dos Ministérios do Interior e da Defesa Nacional – parece ter sido ultrapassado, de acordo com fonte da CEDEAO.
Impasse
A delegação da CEDAO chegou esta terça-feira a Bissau com a intenção de ajudar a resolver o impasse político no país. Após encontros com o Presidente José Mário Vaz, o PRS e o PAIGC, que terminaram já à noite, o desentendimento entre as figuras políticas continuaram.
Devido ao impasse, a missão da CEDEAO decidiu deixar Bissau na manhã desta quarta-feira, mas foi chamada pelo chefe de Estado para a reunião de última hora no palácio presidencial. Antes disto, a delegação também se encontrou com o bispo de Bissau, Dom José Camnaté Na Bissign, que esteve envolvido nas tentativas de aproximação das forças políticas guineenses.
O Presidente da Guiné-Bissau nomeou Aristides Gomes, primeiro-ministro depois de uma cimeira extraordinária de chefes de Estados e de Governo da CEDEAO no Togo, para analisar a crise guineense, que dura há cerca de três anos. Desde as eleições legislativas de 2014, a Guiné-Bissau já vai no sétimo primeiro-ministro, que terá como principal objetivo organizar as legislativas.