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FIR mata uma pessoa e fere duas em protesto na Zambézia

30 de julho de 2018

Polícia antimotim moçambicana foi chamada no fim-de-semana a Inhassunge, onde tem havido protestos contra reassentamentos originados por exploração de areias pesadas. Uma pessoa foi morta e duas foram gravemente feridas.

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Carro blindado da Força de Intervenção Rápida (foto de arquivo)Foto: E. Valoi

Depois dos incidentes do fim-de-semana, a Força de Intervenção Rápida (FIR) continua no local. Segundo moradores, o ambiente que se vive na localidade de Olinda, no distrito de Inhassunge, centro do país, é de pânico e alguns habitantes fugiram das suas residências.

"Os polícias entraram aqui no sábado (28.07), às 14 horas. Quando chegaram começaram a bater muito à população e a disparar e arrancaram muitos telefones", conta Virgílio Armando, um dos moradores. "Muita gente desmaiou, entre crianças, mulheres e homens", diz.

O distrito de Inhassunge tem sido palco de protestos da população. A zona foi concessionada a uma empresa chinesa, que vai extrair areias pesadas para a exploração de minerais, mas nem todos os membros da comunidade concordam com as compensações previstas no processo de reassentamento.

"Conflito terrível"

Não é primeira vez que há conflitos entre a FIR e a população por causa da exploração de recursos minerais na Zambézia. No início do mês, também em Inhassunge, funcionários do Governo entraram em colisão com populares e foram apedrejados por moradores.

FIR mata uma pessoa e fere duas em protesto na Zambézia

Para Virgílio Armando, o conflito deste fim-de-semana foi "o mais terrível". "Só íamos perguntar sobre as causas da presença policial no bairro e logo começaram os disparos", relata. "Os régulos e outra parte da população já fugiram de lá. Estamos tristes, não há bom ambiente", lamenta o morador.

O comando da Polícia na Zambézia, através do porta-voz Sidner Lonzo, confirmou esta segunda-feira (30.07) o conflito que resultou na morte de um homem, residente no bairro Mualane. "Este óbito foi por causa da força que a população usou e a polícia tomou providências equivalentes à ameaça", justificou.

"A polícia foi chamada ao local para intervir numa situação e a população que lá se encontrava rebelou-se, atirando pedras e azagaias. A intervenção que a polícia efetuou foi para responder à ameaça que estava a ocorrer naquele exato momento", declarou.

O porta-voz insistiu que "a polícia não atirou contra a população, o que fez foi estancar a ameaça." Sidner Lonzo explicou ainda que "a desordem é resultante da população estar a reivindicar o espaço que vai ser usado pela uma empresa que foi autorizada pelo Governo provincial e distrital para fazer uso dos recursos naturais."

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