Faure Gnassingbé é reeleito Presidente do Togo
24 de fevereiro de 2020O Presidente do Togo, Faure Gnassingbé, foi reeleito para um quarto mandato com 72,36% dos votos, segundo os resultados preliminares apurados pela Comissão Eleitoral Nacional Independente esta segunda-feira (24.02). O candidato da oposição e antigo primeiro-ministro Agbéyomé Kodjo denunciou uma suposta fraude eleitoral e também reivindicou vitória.
Um total de sete candidatos disputavam as eleições presidenciais. O chefe de Estado cessante venceu na primeira volta com maioria absoluta. O seu principal rival, Agbéyomé Kodjo, obteve apenas 18,37% dos votos, enquanto que o terceiro candidato, Jean-Pierre Fabre, recolheu 4,35% dos votos.
A taxa de participação nas urnas foi de 76,63%, muito superior à de 2015 (60,99%). É a primeira vez que os resultados são anunciados tão rapidamente no Togo, pouco mais de 24 horas após a votação presidencial, realizada no sábado (22.02), num ambiente calmo.
Se confirmada a vitória, Faure Gnassingbé vai garantir o domínio de meio século de sua família na única nação de África Ocidental ainda comandada por uma ditadura familiar.
O atual Presidente já tinha sido reeleito outras duas vezes, em 2010 e 2015. Uma emenda constitucional aprovada em 2019 limitou o cargo de Presidente a dois mandatos, mas vai ter efeitos apenas nas eleições subsequentes. Assim, Faure Gnassingbé pode concorrer nesta e nas próximas eleições, com chances de manter-se no poder até 2030.
Oposição contesta resultados
Faure Gnassingbé, que chegou ao poder em 2005 após a morte de seu pai, o general Gnassigbé Eyadéma, que governou o Togo por 38 anos, foi reeleito em eleições muito contestadas pela oposição.
Poucas horas antes do anúncio dos resultados oficiais, Agbéyomé Kodjo, que é presidente da Assembleia Nacional, proclamou-se "presidente democraticamente eleito". "Tendo contado os resultados que compilamos através da ata à nossa disposição, nosso candidato venceu a eleição presidencial (...) na primeira volta, com uma pontuação que varia entre 57 e 61%", afirmou aos jornalistas a partir de sua casa em Lomé.
"Sou o Presidente democraticamente eleito e prometo formar um governo inclusivo nos próximos dias", acrescentou, convidando o chefe de Estado cessante a "um sobressalto patriótico para uma transferência pacífica de poder".
A oposição fragmentada do Togo não conseguiu escolher um candidato comum e alguns partidos chegaram a pedir um boicote às eleições de sábado. Jean-Pierre Fabre, o terceiro colocado na disputa eleitoral, disse que não confia na contagem dos votos.
"Antes desta eleição, fizemos várias demandas, todas rejeitadas pelo regime, como, por exemplo, a autenticação dos boletins de voto e a publicação dos resultados para cada assembleia de voto. Isto nos deixa muito desconfiados, por isso estamos muito vigilantes. Pessoalmente, não acredito que o Togo tenha eleições transparentes", sublinhou.