FAO elogia trabalho de Angola e Moçambique no combate à fome
8 de junho de 2015A Conferência marcou o final do período de 25 anos que os 129 países monitorados pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) tinham para reduzir pela metade o número de famintos.
Foram 72 as nações que conseguiram atingir a meta, dentre elas Angola, onde, em 1990, quase 64 por cento da população passava fome. Hoje, 14 por cento dos habitantes estão em situação de insegurança alimentar, o equivalente a 3,2 milhões de angolanos.
"Se conseguimos reduzir a fome até agora, também podemos fazer com que, nos próximos anos, tenhamos uma redução significativa da fome ou mesmo a sua eliminação", afirmou o ministro angolano da Agricultura, Afonso Pedro Canga.
"Precisamos de investir mais na agricultura. Ao mais alto nível nacional, a grande prioridade é combater a fome e a pobreza com cada vez mais investimentos, que é o que está a ser feito".
Moçambique
Moçambique atingiu um resultado inédito ao sair do mapa da fome: em 25 anos, o número de famintos caiu de 56 por cento para 25 por cento. Porém, hoje ainda são quase 7 milhões de moçambicanos que passam fome.
"Grande parte destas pessoas está nas zonas rurais, onde temos secas cíclicas e localizadas. São pessoas de idade avançada que não têm meios próprios de sobrevivência, que não têm elementos jovens na família capazes de trabalhar para o sustento deles", explica o ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, José Pacheco.
"É nestes grupos-alvo específicos que vamos concentrar a nossa ação para que possam usufruir do direito à alimentação".
Reeleição de Graziano da Silva
O brasileiro José Graziano da Silva foi reeleito para a direção-geral FAO até 2019. Candidato único, o idealizador do programa Fome Zero no Brasil, recebeu 177 votos dos 182 possíveis.
Antes da reeleição, o ex-Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um discurso no qual repassou as conquistas que tiraram o Brasil do mapa da fome e que, com Graziano, ganharam projeção internacional.
Muito aplaudido, falando sobre a África, Lula afirmou que "repartir o pão é o primeiro passo para construir a paz".
A Conferência da FAO termina no sábado, 13 de junho.