Falta de passagens Cabinda-Luanda na TAAG gera indignação
20 de novembro de 2024Quem tiver emergências, como óbitos ou negócios, e quiser viajar de Cabinda para Luanda e vice-versa ainda este mês ou no próximo, poderá ter de recorrer aos canais não oficiais, os chamados "muambeiros", para conseguir bilhetes de avião a preços exorbitantes, que ultrapassam os 100 mil kwanzas, o equivalente a 100 euros.
Esta situação deixa agastada a cidadã Maria Poba, que fala em pouca oferta e muita procura.
"Viajar hoje está difícil. Tudo, porque a TAAG é a única companhia que está a voar, por isso temos muitas dificuldades", queixa-se, em entrevista à DW. "É a única companhia que a maioria prefere, por isso, deveriam implementar mais voos", considera.
De acordo com populares, os constantes cancelamentos de voos dos passageiros que viajam entre Cabinda e Luanda já fazem parte do dia-a-dia. A revolta entre os passageiros nesta rota tem vindo a aumentar.
Bilhetes "falsos"
O episódio mais recente registou-se há dias, com o cancelamento de um voo da TAAG, com a empresa a alegar que se tratava de bilhetes falsos, como conta uma cidadã num vídeo publicado nas redes sociais.
"Estão a dizer que os bilhetes que nós comprámos são falsos. Mas nós adquirimos pela TAAG. Todos nós trabalhamos para termos dinheiro para adquirirmos os mesmos", afirma.
A direção da empresa, através do administrador comercial, Miguel Carneiro, alegou constrangimentos operacionais, remarcando a viagem para sexta-feira, 22 de novembro. "Dos 74 passageiros inicialmente programados, foram informados 45 e lamentavelmente houve uma falha na passagem de informações quanto aos 29 passageiros", explica.
Novo aeroporto, serviço de excelência?
Numa visita de trabalho recente à província de Cabinda, Miguel Carneiro assegurou que a transferência de voos de Cabinda para Luanda e vice-versa para o novo aeroporto internacional vai permitir prestar um serviço de excelência aos passageiros e oferecer um atendimento mais eficiente e moderno.
"Isto é um desafio comercial. É algo que está sendo pensado e discutido em vários fóruns: como se consegue tornar o mercado de Cabinda cada vez mais acessível e mais competitivo dos passageiros e dos transportes", garantiu.