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PolíticaAlemanha

Extrema-direita alemã vence pela 1ª vez desde a II Guerra

tm | com agências
1 de setembro de 2024

Partido Alternativa para a Alemanha (AfD) foi o mais votado nas eleições regionais deste domingo do estado da Turíngia, apontam as sondagens.

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Björn Höcke, líder da AfD na Turíngia
O líder da AfD na Turíngia, Björn Höcke, já foi condenado por uso de slogans nazis. Em maio, ele foi condenado a pagar multa de 13 mil euros por proferir em público antigo lema de uma organização paramilitar naziFoto: Jens Meyer/AP Photo/picture alliance

É o primeiro partido de extrema-direita a vencer uma disputa eleitoral na Alemanha desde o fim da Segunda Guerra Mundial - o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) foi o mais votado nas eleições regionais no estado da Turíngia.

Agora, na sequência das eleições estaduais nos estados da Saxónia e da Turíngia, na leste da Alemanha, há sinais de grandes convulsões políticas, que poderão também ter repercussões na política federal.

A vitória da AfD ocorreuna mesma região onde os nazis participaram pela primeira vez num governo regional, em 1930.

Sondagem

Uma sondagem à boca das urnas Infratest Dimap indica que a AfD terá alcançado na Turíngia entre 30,5% e 33,5% dos votos, alcançando hoje uma vitória nas eleições regionais, à frente da União Democrata Cristã (CDU), que teve cerca de 24,5%.  

Na Saxónia, a projeção indica que a CDU terá conseguido resistir, com 31,5%, ligeiramente à frente da AfD, que terá tido 30%. O Partido Social Democrata (SPD) ficou em quarto lugar, com 8,5%, seguido pelos "Verdes" (5,5%) e "A Esquerda" (4%) terá ficado de fora do parlamento regional. 

Em terceiro lugar nos dois estados ficou a Aliança Sahra Wagenknecht - Pela Razão e Justiça (BSW), um novo partido, que é considerado de extrema-esquerda. Segundo as projeções, na Saxónia a BSW terá obtido 12% dos votos, enquanto na Turíngia terá alcançado 16%. 

Björn Höcke
Na Saxónia e na Turíngia, o AfD é classificado pelos serviços secretos de ambos os estados federais como um partido de extrema-direita. Nesta imagem, Björn Höcke, o líder do partido durante a votação este domingo (01.09)Foto: Bodo Schackow/dpa/picture alliance

"Objetivo declarado"

No entanto, o objetivo declarado dos outros partidos é impedir que o líder de extrema-direita da AfD, Björn Höcke, se torne primeiro-ministro.

Na Saxónia e na Turíngia, o partido AfD é classificado pelos serviços secretos de ambos os estados federais como um partido de extrema-direita e é monitorizado em conformidade.

Mas, com 31 lugares possíveis, a AfD poderia mesmo obter uma minoria de bloqueio no parlamento estadual, que poderia utilizar para bloquear certas decisões.

Podem formar governo?

As possibilidades de a AfD formar um governo, no entanto, são remotas, a menos que algum partido rompa o cordão que foi imposto e que, embora tenha sido quebrado ocasionalmente em votações específicas, é pouco provável que conduza à eleição do líder Björn Hocke.

Para já, o secretário-geral do partido conservador alemão CDU rejeitou hoje coligações com a AfD para formar maioria parlamentar na Turíngia, onde o partido rival de extrema-direita deverá ter uma vitória histórica, e na Saxónia, onde ambos estão praticamente empatados. 

Cartaz eleitoral da BSW com a imagem de Sahra Wagenknecht
Cartaz eleitoral da BSW com a imagem de Sahra WagenknechtFoto: DW

BSW

Com o BSW, recém-criado partido de esquerda projetado para ser o terceiro partido mais forte na Turíngia, a líder do BSW, Sahra Wagenknecht, deu a entender que pretende fazer uma coligação com a conservadora União Democrata Cristã (CDU),

"Esperamos poder vir a ter um bom governo com a CDU - provavelmente também com o SPD [centro-esquerda]", disse Wagenknecht aos média alemães.

Wagenknecht rejeitou mais uma vez a ideia de governar em conjunto com a AfD e denunciou o líder radical Björn Höcke pela sua visão nacionalista do mundo.

Ao mesmo tempo, Wagenknecht disse que o BSW precisaria de ver mudanças na política externa da Alemanha antes de se juntar a um governo estadual.

Em linha com as suas declarações anteriores sobre a prossecução das conversações sobre a guerra na Ucrânia, a líder da esquerda disse que deveria haver mais "paz e diplomacia".

"Estas serão as nossas condições para um governo", disse ela. 

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