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Direito e JustiçaGuiné-Conacri

Conacri: Ex-líder da junta militar condenado à prisão

Lusa
31 de julho de 2024

O antigo líder da junta militar da Guiné-Conacri, Moussa Dadis Camara, foi condenado a 20 anos de prisão por crimes contra a humanidade no julgamento de um massacre cometido em 2009, durante a sua Presidência.

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Antigo chefe da junta militar da Guiné-Conacri, Moussa Dadis Camara
Foto: picture-alliance/dpa

Foi durante o seu mandato presidencial, a 28 de setembro de 2009, e nos dias seguintes, que os 'boinas vermelhas' da sua guarda, soldados, polícias e milícias mataram dezenas de pessoas na capital, Conacri, e arredores.

Estas pessoas tinham-se reunido para dissuadir o então Presidente de se candidatar às eleições presidenciais, previstas para janeiro de 2010. Dezenas de mulheres foram violadas.

Em setembro de 2009, as forças de segurança mataram dezenas de pessoas que protestavam contra a candidatura presidencial de Moussa Dadis Camara, num estádio de Conacri
Em setembro de 2009, as forças de segurança mataram dezenas de pessoas que protestavam contra a candidatura presidencial de Moussa Dadis Camara, num estádio de ConacriFoto: Rebecca Blackwell/AP/picture alliance

O capitão Moussa Dadis Camara e um grupo de oficiais tomaram o poder a 23 de dezembro de 2008, após o anúncio da morte do Presidente Lansana Conté.

A 3 de dezembro, o seu ajudante de campo deu-lhe um tiro na cabeça. Foi levado para Marrocos e depois para o Burkina Faso, onde, em janeiro de 2010, após mediação da África Ocidental, renunciou ao cargo de governador. No exílio, obrigado a abster-se da política, converteu-se ao cristianismo.  

Anunciou a sua candidatura às eleições presidenciais de 2015, mas foi impedido de se candidatar. Regressou em setembro de 2022 para o julgamento no país. 

Em dezembro de 2022, dez semanas após o início do julgamento, foi chamado a prestar depoimentos, negando sempre qualquer responsabilidade sobre as mortes dos civis.