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ConflitosIsrael

Europa vai enviar ajuda a Gaza a partir do Chipre

tm | DW (Deutsche Welle) | com agências
20 de novembro de 2023

A ilha no Mar Mediterrâneo deverá servir como plataforma para o envio de ajuda humanitária aos palestinianos na Faixa de Gaza. Israel diz que não se oporá ao plano, desde que possa verificar o que é carregado nos navios.

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Destruição na Faixa de Gaza após ataque aéreo israelita
Faixa de Gaza: Destruição após ataque aéreo israelitaFoto: Doaa Albaz/Anadolu/picture alliance

"Agora passamos da parte política para a parte técnica. Temos visto o apoio político para implementação do corredor. E, neste momento, os aspetos técnicos estão a ser solucionados", disse à DW Konstantinos Letymbiotis, porta-voz da presidência do Chipre.

A principal barreira técnica é que o único porto de Gaza não está totalmente operacional desde o início do bloqueio de Israel e do Egito à faixa de Gaza, em 2007. Por isso, uma das propostas é a criação de um porto flutuante e temporário ao largo da costa de Gaza.

A Cruz Vermelha avançou que está em contacto com o governo cipriota e que pode agir rapidamente. "Estamos prontos a qualquer momento, temos pequenas instalações em todos os distritos", disse Christina Kapartis, secretária-geral da organização no Chipre.

Palestinianos na estrada de Salaheddine, no distrito de Zeitoun, na parte sul da Faixa de Gaza, enquanto prosseguem os combates entre Israel e o Hamas
Palestinianos continuam a fugir dos combates na Faixa de GazaFoto: Mahmud Hams/AFP/Getty Images

Acordo para libertação de reféns?

No domingo (19.11), o jornal norte-americano Washington Post afirmou que mediadores dos EUA disseram estar perto de um acordo entre Israel e o Hamas para libertar dezenas de mulheres e crianças mantidas como reféns em Gaza, em troca de uma pausa de cinco dias na guerra, o que ajudaria a aumentar o envio de ajuda de emergência para os civis de Gaza.

Entretanto, o embaixador israelita nos Estados Unidos, Michael Herzog, frisou que não se trata de um cessar-fogo: "Estamos a falar de uma pausa nos combates durante alguns dias para podermos retirar os reféns. Não se trata de um cessar-fogo porque vamos continuar a exercer pressão sobre o Hamas para desmantelar as suas infraestruturas militares e terroristas."

O exército de Israel publicou, no domingo (19.11), um vídeo do que descreveu como um túnel de 55 metros de comprimento e 10 metros de profundidade escavado por militantes palestinianos por baixo do maior complexo hospitalar da Faixa de Gaza.

Há muito que Israel alega que o Hamas mantém um vasto posto de comando dentro e debaixo do hospital Al-Shifa, embora o movimento islamita e o pessoal do hospital neguem as alegações.

O hospital é considerado um alvo-chave para Israel pôr fim ao domínio dos militantes em Gaza e tem sido, há dias, alvo de bombardeamentos israelitas.

Trinta e um bebés prematuros foram retirados do hospital Al-Shifa e transferidos para o Egito
Bebés prematuros foram transferidos do do hospital Al-Shifa para o EgitoFoto: Abed Rahim Khatib/dpa/picture alliance

Bebés prematuros transferidos para o Egito

Trinta e um bebés prematuros foram ontem retirados do hospital Al-Shifa e transferidos para o Egito. "Estes bebés sofreram muito durante a sua estadia no hospital Al-Shifa devido à suspensão de todos os serviços de saúde no complexo. Verificámos que até a água utilizada para estava contaminada e que não era devidamente limpa devido à grave falta de recursos", conta Mohammed Zaqut, diretor-geral dos hospitais na Faixa de Gaza.

"Consequentemente, os bebés sofriam de vómitos, diarreia e perda de peso, em vez de ganharem peso, o que provocou danos significativos. Alguns sofreram envenenamento do sangue e infeções graves", acrescenta.

O recente conflito entre Israel e o Hamas teve início em 7 de outubro, quando o Hamas fez cerca de 240 reféns numa ofensiva contra Israel, levando este último a cercar e invadir o enclave palestiniano. O ataque provocou cerca de 1.200 mortos em Israel, segundo as autoridades israelitas.

Na Faixa de Gaza, os bombardeamentos israelitas já provocaram a morte de mais de 13 mil pessoas, na maioria civis, incluindo cerca de 5.500 crianças e 3.500 mulheres, segundo os mais recentes dados do Ministério da Saúde do Hamas. Cerca de 1,7 milhões de palestinianos foram deslocados.

Conflito Israel-Hamas: Pausa humanitária em Gaza é "urgente"