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ConflitosMédio Oriente

EUA tentam conter escalada do conflito no Médio Oriente

AFP | Lusa | bd
5 de janeiro de 2024

O secretário de Estado norte-americano visita o Médio Oriente mergulhado em tensão. O objetivo é evitar a escalada do conflito Israel-Hamas, mas também proteger os interesses dos EUA na região.

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USA US-Außenminister Antony Blinken spricht während seiner Pressekonferenz zum Jahresende
Foto: ROBERTO SCHMIDT/AFP

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, desloca-se à região este fim de semana, pela quarta vez em três meses, num momento em que os receios do alastramento do conflito Israel-Hamas a toda a região aumentam perante ataques no Líbano, Irão, Iraque e Mar Vermelho.

Com o aumento das críticas internacionais às operações de Israel em Gaza e as crescentes preocupações dos EUA sobre o fim do conflito, Blinken terá uma agenda cheia e difícil, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

"Não esperamos que todas as conversações nesta viagem sejam fáceis. Obviamente, a região enfrenta questões e decisões difíceis, mas o secretário [de Estado] acredita que é responsabilidade dos Estados Unidos liderar os esforços diplomáticos para enfrentar esses desafios", afirmou.

Segundo o Departamento de Estado, o périplo de Blinken vai incluir Turquia, Grécia, Jordânia, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Israel, Cisjordânia e Egito. Os Estados Unidos estão entre receios de agravamento da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas e de um conflito regional.

USA Washington | Matthew Miller
Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano Foto: Nathan Howard/AP Photo/picture alliance

Evitar a escalada do conflito

Segundo Miller, Blinken "irá discutir as medidas específicas que as partes podem tomar, incluindo a forma como podem usar a sua influência junto de outros na região para evitar uma escalada. Não é do interesse de ninguém, nem em Israel, nem na região, nem no mundo, que [o conflito] se estenda para além de Gaza".

Os elementos-chave para evitar que isso aconteça serão a dissuasão dos ataques dos rebeldes Houthi do Iémen, apoiados pelo Irão, à navegação comercial do Mar Vermelho, a dissuasão dos ataques a Israel por parte do Hezbollah do Líbano, apoiado pelo Irão, e a dissuasão dos ataques às instalações militares e aos interesses dos EUA por parte das milícias apoiadas pelo Irão no Iraque e na Síria. 

Matthew Miller reconhece: "Não temos visto o alastramento de conflitos ao ponto de envolverem outros países, algo que temos trabalhado arduamente para evitar. Sim, vimos os Houthis tomarem ações perigosas no Mar Vermelho. E é por isso que estamos a trabalhar com os nossos aliados e parceiros para garantir que esses ataques à navegação comercial inaceitáveis não voltem a acontecer. Mas não quero dizer que estamos, totalmente, fora de perigo".

Blinken parte apenas alguns dias depois de um presumível ataque israelita ter matado um alto dirigente do Hamas em Beirute, no Líbano.

Gazastreifen | Palästinenser warten auf Essen in Rafah
A situação humanitária na Faixa de Gaza é catastrófica, de acordo com agências da ONU e outras ONGsFoto: Fatima Shbair/AP Photo/picture alliance

Pressão por menos baixas civis 

Dois meses e meio depois do início da guerra nas Faixa de Gaza, as hipóteses de um conflito regional aumentaram, com Israel determinado a atacar os operacionais e líderes do Hamas, onde quer que se encontrem. Entretanto, o Hamas, o Hezbollah, os Houthis e as milícias pró-Irão têm vindo a intensificar os ataques aos interesses dos EUA, de Israel e internacionais.

Tal como nas suas visitas anteriores, Blinken concentrar-se-á na expansão da ajuda humanitária a Gaza, pressionando Israel a minimizar as baixas civis palestinianas, pressionando para a libertação dos reféns detidos pelo Hamas e salientando a importância de planear a administração de uma Gaza pós-guerra.

Nesta quinta-feira (04.01), Yoav Gallan, ministro da Defesa israelita, realçou que nem Israel, nem o Hamas, devem governar a Faixa de Gaza após a guerra, defendendo que o enclave seja administrado por uma instituição palestiniana. Este plano pós-guerra, que não especifica quais instituições palestinianas assumiriam o controlo do enclave, será apresentado pelo ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, ao gabinete de guerra antes da reunião com Antony Blinken.

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