Eleições em Cabo Verde: "Sinto-me jovem", diz Joaquim Monteiro
19 de julho de 2011Embora fora da vida política ativa do país, Joaquim Jaime Monteiro, o quarto candidato às eleições presidenciais de 07 de agosto, e o segundo no boletim de voto, assume-se como militante do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que proclamou a independência, e não do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), que está atualmente no poder no país.
Reformado do antigo Ministério do Desenvolvimento Rural cabo-verdiano desde 1995, Monteiro tem-se dedicado nos últimos anos ao que designa de prospeção política de Cabo Verde: ”Estou a preparar-me para esta candidatura desde 1996”, conta, porque “às vezes temos de nos prepararmos bem para desempenhar bem uma função”.
Uma “nova imagem” de Cabo Verde
A um mês de completar 71 anos de idade, Joaquim Jaime Monteiro diz-se preparado para aguentar os solavancos da Presidência da República. "Sinto-me ainda jovem. Só para lhe dar uma ideia, o meu pai faleceu aos 103 anos e ele com 96 fazia todos os dias 26 flexões", revelou.
Monteiro quer contribuir para uma “nova imagem interna e externa de Cabo Verde”. Se ganhar as eleições de 07 de agosto, quer deixar a sua marca na Presidência da República: “Projetar Cabo Verde socio-economicamente”.
Biografia
Joaquim Jaime Monteiro define-se como professor, político e investigador na área agroalimentar. Natural de Coculi, ilha de Santo Antão, o candidato nasceu a 21 de agosto de 1940.
Com 21 anos, serviu o exército português, em Macau, juntamente com o antigo Presidente de Portugal, Ramalho Eanes. Desde os 18 anos, envolveu-se na política, denunciando a fome na sua ilha natal e manifestando-se contra os ideais do regime colonialista.
Enquanto militante na clandestinidade do então movimento libertador anticolonialista, PAIGC, Joaquim Jaime Monteiro esteve na Europa em missão partidária no final dos anos 60 para promover os objetivos da independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Depois da independência, desempenhou funções em Cabo Verde, na qualidade de diretor da escola de superação dos quadros do PAIGC, na altura. “Depois, em 1981, fiz um outro percurso, que foi para a democratização de Cabo Verde”, conta Monteiro.
Amante da meditação, o candidato fala além do crioulo e português, inglês e francês e tem ainda conhecimentos da língua norueguesa.
Autores: Nélio dos Santos (Praia) / Guilherme Correia da Silva
Edição: António Rocha