Eleições em Angola: MPLA quer “vitória qualificada”
23 de julho de 2017O MPLA traçou este domingo (23.07), no arranque da campanha eleitoral, o objetivo de atingir uma "vitória qualificada" nas eleições gerais angolanas de 23 de agosto, às quais já não concorre José Eduardo dos Santos, líder do partido e Presidente desde 1979.
A posição está expressa numa declaração oficial do Bureau Político do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) sobre o início da campanha eleitoral, que se vai prolongar até 21 de agosto, e antecede o primeiro ato formal com o cabeça-de-lista do partido, general João Lourenço, um comício agendado para 25 de julho, na cidade do Huambo.
Na mesma declaração, enviada à agência Lusa, o partido, no poder em Angola desde 1975, afirma que "uma vez mais, o povo angolano vai mostrar a África e ao mundo a sua maturidade e responsabilidade política", dando às eleições gerais que se realizam dentro de 30 dias "a real dimensão que o processo democrático da República de Angola merece".
"O MPLA vai fazer da sua campanha eleitoral um momento de festa, de elevado sentido patriótico e democrático, alicerçada nas suas propostas para o quinquénio 2017-2022 e com respeito à diferença e ao próximo", sublinha a declaração do Bureau Político.
Apelo aos apoiantes
No documento, o partido no poder exorta ainda os "militantes, simpatizantes e amigos" do MPLA a que, no dia das eleições, "compareçam massivamente e sejam os primeiros a marcar presença nas assembleias de voto", de forma a "garantir a vitória qualificada" do partido e do seu candidato, João Lourenço, que, como cabeça-de-lista, concorre à eleição, por via indireta, para o cargo de Presidente da República.
Recordando tratar-se da quarta vez, na história multipartidária de Angola, que os eleitores são chamados a votar, o partido presidido por José Eduardo dos Santos insiste que "o voto de cada angolano é importante, constituindo um direito inalienável de cada cidadão eleitor, que deve ser exercido de forma livre e secreta, sem qualquer constrangimento".
"Aos cidadãos eleitores e ao povo angolano em geral, o MPLA reitera a sua disposição de continuar a trabalhar, no sentido de eliminar a fome, de reduzir substancialmente a pobreza e de conduzir o país para o desenvolvimento e o bem-estar, melhorando o que está bem e corrigindo o que está mal.
Oposição já faz campanha
As duas principais forças de oposição angolana, União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), anteciparam o arranque da campanha eleitoral e realizaram no sábado, respetivamente em Luanda e no Lubango, comícios que juntaram milhares de pessoas.
O arranque da campanha da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) vai decorrer no Bié e a da Aliança Patriótica Nacional (APN) no Uíge.
Angola contará com 9.317.294 eleitores nas eleições gerais de agosto, segundo os dados oficiais da Comissão Nacional Eleitoral angolana.