Eleições: Bolsonaro garante que vencerá na primeira volta
2 de outubro de 2022"Vai ser já no primeiro turno", garantiu jair Bolsonaro, numa declaração que durou cerca de um minuto, depois de questionado pelos jornalistas se iria respeitar o resultado da votação.
O candidato à reeleição chegou vestido com um t-shirt verde e amarela da seleção ‘canarinha' para votar na Vila Militar, Zona Oeste do Rio de Janeiro, pouco depois das 08:50 locais.
"A expectativa é de vitória hoje. Nesses 45 dias, fui praticamente em todos os estados do Brasil. Ontem em Joinville, algo nunca visto no Brasil, tanta gente na rua. Eleições limpas, sem problema nenhum", disse.
O Presidente brasileiro voltou a lançar críticas às sondagens que colocam Lula da Silva com 50% dos votos, o suficiente para vencer já à primeira volta. "O que vale é o 'datapovo'”, disse, num trocadilho de palavras recorrentes na campanha, em relação ao instituto Datafolha.
No sábado, Jair Bolsonaro apostou que terá pelo menos 60% dos votos nas presidenciais de domingo, apesar de todas as sondagens indicarem o contrário.
Lula da Silva com 50% das intenções de voto
Com 'chances' de vencer na primeira volta, Lula da Silva tem entre 50% e 51% das intenções de voto, segundo sondagens divulgadas no sábado pelo DataFolha e o Ipec, respetivamente, e é seguido pelo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, com 36% e 37% das intenções de voto, Ciro Gomes (5% e 5%, nas duas sondagens) e Simone Tebet (6% e 5%).
O candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votou na manhã deste domingo em São Bernardo do Campo, cidade que é seu berço político, na região metropolitana de São Paulo, no sufrágio que pode definir sua volta ao poder no Brasil.
Lula da Silva estava acompanhado de seu candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin, de sua mulher, a socióloga Rosângela da Silva, da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e do candidato do PT ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad.
Após votar, o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) beijou o comprovante de votação e deixou a sala.
"Queremos um país que viva em paz"
Em declarações à comunicação social depois do voto, Lula da Silva afirmou que o Brasil "precisa recuperar o direito de ser feliz".
"Queremos um país que viva em paz, com esperança e que acredite no futuro", acrescentou.
Segundo o ex-presidente, esta serão as eleições "mais importantes" para ele, que governou por dois mandatos, entre 2003 e 2010, depois de ter perdido as eleições de 1989, 1994 e 1998.
"Em 2018 não pude votar porque estive preso, vítima de uma mentira, e quatro anos depois estou votando com o reconhecimento da minha total liberdade e a possibilidade de voltar a ser presidente deste país e voltar à normalidade", acrescentou.
Ao contrário das eleições anteriores, todas as assembleias de voto abriram às 08:00 de Brasília, numa espécie de subordinação de todas as mesas ao fuso horário da capital brasileira.
Os mais de 156 milhões de eleitores poderão votar até às 17:00 de Brasília nas 577.125 urnas eletrónicas espalhadas por 5.570 cidades do país.
Além de Lula da Silva e Bolsonaro, disputam as presidenciais brasileiras os candidatos Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D'Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.
Caso nenhum dos candidatos presidenciais ultrapasse 50% dos votos válidos, os dois mais votados voltam a enfrentar-se numa segunda volta em 30 de outubro.
474 crimes eleitorais
O Brasil registou 474 crimes eleitorais, segundo último boletim da Polícia Federal divulgado pelo Ministério da Justiça do país, neste domingo, onde a votação transcorre em clima de tranquilidade.
Segundo o boletim do Tribunal Superior Eleitoral, 1.420 urnas eletrónicas precisaram ser substituídas em todo o país. O número representa 0,27% do total de urnas utilizadas.
Segundo o relatório divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública por volta das 12:30 (horário local), deste total, 76 das ocorrências foram de crimes de 'boca de urna', 115 casos de compra de voto, 9 tentativas de violação de voto, 16 casos de transporte irregular e 65 crimes cometidos nos locais de votação.
O mesmo documento indicou que nove armas foram apreendidas, 184 pessoas foram presas assim como 1,9 milhões de reais (360 mil euros) em dinheiro que alegadamente seria usado para comprar votos.
Artigo atualizado às 17h22 (UTC)