Eleições na Turquia: Candidatos apelam à afluência às urnas
27 de maio de 2023Recep Tayyip Erdogan apelou aos apoiantes para que "votem a partir das primeiras horas da amanhã" e para que convençam aqueles não votaram na primeira volta a ir às urnas. A segunda volta das eleições presidenciais na Turquia acontece este domingo (28.05).
Os seus apoiantes islamistas, nacionalistas e conservadores podem estar confiantes num "triunfo histórico" com "vasta maioria", afirmou o atual presidente turco num comício no distrito de Beykoz, em Istambul, este sábado.
Na primeira volta, a 14 de maio, a taxa de participação eleitoral foi de 87,04%, mais 0,8 pontos percentuais do que em 2018.
Erdogan, que lidera o país há 20 anos, é visto como o favorito à vitória, uma vez que ficou 4,7 pontos percentuais à frente de Kiliçdaroglu na primeira volta.
Já Kemal Kiliçdaroglu, num comício em Ancara, exortou "aqueles que amam a sua pátria" a "proteger as urnas".
Kiliçdaroglu lidera uma coligação da oposição, invulgarmente unida, composta por conservadores, partidos seculares e nacionalistas. Comprometeu-se a aumentar a segurança, aliviar a crise económica e a expulsar milhões de requerentes de asilo da Turquia.
Erdogan, cujo partido obteve a maioria no parlamento a 14 de Maio, prometeu salários mais altos, mais investimento e políticas sociais mais conservadoras.
Primeira volta foi "transparente e justa"
Hoje Erdogan afirmou que as eleições turcas foram "transparentes e justas".
A campanha foi marcada por denúncias da oposição de que Erdogan utilizou os chamados "deep-fakes", um tipo de inteligência artificial utilizado para fabricar imagens de eventos falsos, bem como conteúdos falsos nas redes sociais.
Por seu lado, Erdogan, classificou a oposição como criminosa, acusando-a de de se "aliar a terroristas". O candidato acusa Kiliçdaroglu, que é apoiado pelo pró-curdo Partido Democrático dos Povos (HDP), de alegadas ligações ao banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Tanto Kiliçdaroglu como o HDP, o segundo maior partido da oposição, negam as alegações.
Na sexta-feira (26.05), numa mensagem de vídeo, Kiliçdaroglu apelidou Erdogan de "cobarde", acusando o Presidente de provocar um "apagão total", ao bloquear os seus serviços de telecomunicações.