El Niño: Inundações na Somália causam quase 100 mortos
24 de novembro de 2023As inundações e chuvas torrenciais que destruíram pontes e inundaram zonas residenciais já atingiram dois milhões de pessoas.
A Agência Somali de Gestão das Catástrofes (Sodma) confirmou o número de mortos na quinta-feira (23.11), numa reunião presidida pelo primeiro-ministro do país, Hamza Abdi Barre.
A pior situação está a ser vivida nos estados somalis de Hirshabelle, Sudoeste e Jubaland, no centro e sul do país, enquanto a situação de seca persiste no norte, segundo a ONU.
As autoridades de Mogadíscio já tinham declarado o estado de emergência em 12 de novembro, em resposta à dimensão da catástrofe.
Número de deslocados duplica
O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) alertou para o facto de o número de pessoas deslocadas ter duplicado na semana passada, passando de 334.800 para 649.000.
"Estes números ultrapassam os valores de planeamento e preparação", reconheceu o OCHA, que lamentou que "as chuvas torrenciais e as inundações tenham agravado a crise de fome na Somália".
O Corno de África enfrenta chuvas torrenciais e inundações ligadas ao fenómeno meteorológico El Niño, que já causaram dezenas de mortos e deslocações em grande escala. A região está a sair da pior seca dos últimos 40 anos.
De acordo com as Nações Unidas, pelo menos 43 pessoas morreram devido a inundações na Etiópia e mais de 60 no Quénia.
O fenómeno meteorológico El Niño, geralmente associado ao aumento das temperaturas, às secas em algumas partes do mundo e às chuvas fortes noutras, deverá continuar até abril.
Entre outubro de 1997 e janeiro de 1998, inundações gigantescas na sequência de chuvas torrenciais causadas pelo El Niño mataram mais de 6.000 pessoas em cinco países da região.