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Direitos HumanosEstados Unidos

Condenados pelo assassinato de Malcolm X serão absolvidos

AP | Reuters | AFP
18 de novembro de 2021

Após revisão da investigação, autoridades obtêm provas favoráveis à defesa dos homens condenados pela morte do ativista. Considerado um dos afro-americanos mais influentes da história, Malcolm X foi morto há 56 anos.

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AP Iconic Images Martin Luther King mit Malcolm X
Martin Luther King (esq.) com Malcom X (dir.)Foto: AP

Dois homens condenados pelo assassinato de Malcolm X - um dos ícones da luta contra o racismo nos Estados Unidos - deverão ser absolvidos esta quinta-feira (18.11), mais de 50 anos depois da morte do ativista, em 1965. A informação foi confirmada pela procuradoria de Manhatttan.

Após quase dois anos de revisão da investigação, as autoridades obtiveram provas favoráveis à defesa no julgamento de Muhammad Aziz, de 83 anos, e do falecido Islão Khalil, que passou ddécadas na prisão devido ao crime.

Aziz sempre defendeu que a sua condenação foi "resultado de um processo corrupto e demasiado familiar".

"Não preciso de um tribunal, procuradores ou de um pedaço de papel para dizer que sou inocente", disse. Aziz afirma, entretanto, que está contente pelo facto de sua família, amigos e advogados poderem ver "a verdade oficialmente reconhecida".

Aziz exortou o sistema de justiça criminal a "assumir a responsabilidade pelos "danos imensuráveis" que lhe causou. O procurador do distrito de Manhattan, Cyrus Vance Jr., usou o Twitter para expressar que seu gabinete se juntará aos advogados de defesa para pedir a um juiz que suspenda as condenações nesta quinta-feira.

Pedido das filhas

Considerado ao lado de Martin Luther King Jr. como um dos afro-americanos mais influentes da história, Malcolm X foi um defensor muçulmano declarado dos direitos dos negros, embora seus críticos dizerem que ele pregava o racismo e a violência.

O ativista foi morto a tiros durante uma aparição em público em Nova Iorque, em fevereiro de 1965.

Em fevereiro, as filhas de Malcolm X apelaram para reabrir a investigação do seu assassinato à luz de novos testemunhos que implicariam a polícia de Nova Iorque e o FBI.

"Qualquer prova que proporcione uma maior compreensão da verdade por trás dessa terrível tragédia deve ser minuciosamente investigada", disse na ocasião Ilyasah Shabazz, uma das seis filhas de Malcolm X.

Novas provas

No início deste ano, as filhas apresentaram uma carta escrita pelo antigo agente da polícia de Nova Iorque Raymond Wood, agora falecido, na qual acusava a polícia de Nova Iorque e o FBI de serem cúmplices no assassinato.

Segundo o seu primo, Wood, que era negro e trabalhava como agente infiltrado, alegou ter-se aproximado da comitiva de Malcolm X sob ordens dos seus superiores. Wood disse ter sido responsável pela detenção de dois dos guarda-costas do ativista.

Três homens foram condenados à prisão perpétua pelo crime – um morreu em 2009 e os outros dois estão em liberdade condicional.

Desejo do polícia

Wood, que só quis que o seu testemunho se tornasse público após a sua morte, sustentou que o Departamento de Polícia de Nova Iorque e o FBI mantiveram certos aspetos do caso em segredo.

Em fevereiro de 2020, após a libertação da Netflix da série "Who Killed Malcolm X?", o procurador distrital de Manhattan, Cyrus Vance, pediu às suas equipas que analisassem o caso para determinar se a investigação deveria ou não ser reaberta.

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