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Dois anos de guerra civil no Sudão do Sul

Cristiane Vieira Teixeira16 de dezembro de 2015

Tudo começou quando o Presidente Salva Kiir acusou o seu então vice Riek Machar, das etnias dinka e neur, respetivamente, de planejar um golpe de Estado. O desacordo entre os dois gerou um ciclo de matança étnica.

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Criança-soldado numa cerimônia de desarmamento e reintegração em fevereiro de 2015Foto: picture-alliance/dpa/AA/S. Bol

A guerra no Sudão do Sul completou dois anos na passada terça-feira (15.12). O desacordo entre Salva Kiir e Rieck Machar gerou um ciclo de muita violência que até hoje divide o país. Pelo menos, oito acordos de cessar-fogo e de partilha de poder foram quebrados e a esperança de trazer o país de volta à normalidade colapsou novamente há um mês, depois que a delegação de Machar falhou em retornar à capital, Juba, para implementar o último tratado de paz de Adis Abeba.

Procurando um culpado

Para o porta-voz presidencial, Ateny Wek Ateny, a culpa é do líder rebelde. "O próprio presidente Salva Kiir assinou um acordo que prevê fazer de Riek Machar o vice-presidente. Esta é uma indicação de que o presidente estaria realmente disposto a trabalhar com Riek Machar, e este deve mostrar ao mundo que está pronto para trabalhar com o Presidente do Sudão do Sul. A questão não é entre os dois, é sobre os sudaneses do sul e eles querem a paz ".Segundo o acordo de paz mediado internacionalmente e alcançado após meses de negociações, o Sudão do Sul formou um governo de transição, liderado pelo presidente Salva Kiir. O ex-vice-presidente Machar estava para ser anunciado como vice de Kiir na última terça-feira. Mas Kiir não fez o anúncio.

UN Soldaten im Südsudan
Dinheiro de organizações humanitárias não tem sido suficienteFoto: picture alliance/Yonhap

A analista Annette Weber, do Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança, diz que o acordo de paz está à beira do colapso, por falta de confiança e vontade política de ambos os lados. "Há quatro semanas, a equipe de Machar deveria ter ido a Juba para começar a negociar o processo de implementação e negociar se Machar pode voltar para Juba e que tipos de garantias são necessárias. Nada isso aconteceu até agora da maneira que seria necessário para que Machar pudesse voltar para Juba."

“Nação esquecida”

De acordo com as Nações Unidas, sete milhões de pessoas carecem de alimentação adequada e mais de três milhões encaram a fome severa, no Sudão do Sul.Organizações humanitárias levantaram milhares de milhões de dólares para ajudar os deslocados. No entanto, o dinheiro não tem sido suficiente para trazer esperança para o Sul do Sudão, diz Sue Lautze, coordenadora humanitária da Organização para a Alimentação e Agricultura da ONU no Sudão do Sul: "Há pressões tremendas sobre os doadores de todo o mundo, estamos cientes de que a situação no Sudão do Sul requer que não esqueçamos a solidariedade para com esta jovem nação e para ver seu povo chegar ao fim deste período difícil."

Südsudan Mehr als 30.000 Menschen laut UNO vom Hungertod bedroht
Milhares de pessoas morrem de fome todos os anosFoto: Getty Images/AFP/N. Sobecki

A ONU planeja angariar 1,3 mil milhões de dólares para ajuda humanitária no país, em 2016.

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