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Dlamini-Zuma assume Comissão da União Africana

15 de outubro de 2012

Sul-africana Nkosana Dlamini-Zuma tomou posse esta segunda-feira (15.10). Em discurso, primeira mulher à frente da Comissão da instituição afirmou que sua prioridade é resolver conflitos no continente.

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Nkosazana Dlamini-Zuma
Nkosazana Dlamini-ZumaFoto: Reuters

Nkosana Dlamini-Zuma tornou-se oficialmente, esta segunda-feira (15.10), a primeira mulher a liderar a Comissão da UA, organização fundada em 2002 e que conta actualmente com 54 estados membros.

A veterana do movimento anti-Apartheid sul-africano, eleita em julho deste ano, admite que a grande tarefa da organização pan-africana é tentar solucionar os inúmeros conflitos que minam o continente.

No discurso de tomada de posse, na capital da Etiópia, Adis Abeba, Zuma afirmou-se "honrada e humilde", por ter sido eleita para a posição, frisando, no entanto, que não ignora "a magnitude da tarefa". "Pelo facto de ter de seguir as pegadas dos 'gigantes' que me antecederam e os esforços do meu antecessor e presidente cessante da Comissão da União Africana, Jean Ping", explicou.

Unir esforços internacionais para acabar com conflitos em África

A estas palavras, seguiram-se as promessas da nova presidente da Comissão da UA. A sul-africana de 63 anos garantiu que a instituição vai trabalhar de perto com as organizações internacionais para pôr um fim às tensões e violência vividas no continente africano.

"Não pouparemos esforços na tentativa de resolver os conflitos no Mali e na região do Sael", afirmou Zuma, garantindo que a UA vai "trabalhar de perto com o Conselho de Segurança das Nações Unidas e com a organização local, a CEDEAO (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental), que tem estado a lidar com a questão até à data."

 "Vamos continuar a apoiar o painel de alto nível da União Africana no Sudão, para que possa ajudar tanto a República do Sudão como o Sudão do Sul a resolver todos os problemas entre ambos", acrescentou a ex-ministra do Interior da África do Sul.

No seu discurso de abertura, Zuma sublinhou ainda a importância de continuar a apoiar o "recém-eleito governo da Somália, para acabar com o conflito que afecta o país há mais de 30 anos e ajudar a restaurar as instituições governamentais e a ordem". E o mesmo acontecerá na República Democrática do Congo, de acordo com a nova presidente da UA: "À luz do reaparecimento de conflitos no leste da RDC, apoiamos todos os esforços para trazer a paz e a estabilidade ao país e à região dos Grandes Lagos como um todo".

Jean Ping abandonou a presidência da Comissão da UA esta segunda-feira, depois de perder umas renhidas eleições em julho para Dlamini-Zuma
Jean Ping abandonou a presidência da Comissão da UA esta segunda-feira, depois de perder umas renhidas eleições em julho para Dlamini-ZumaFoto: Reuters

"E, claro, não vamos esquecer a Guiné-Bissau", concluiu.

Missão: desenvolvimento africano

Na cerimónia de tomada de posse, em Addis Abeba, o presidente da União Africana e chefe de Estado do Benin, Boni Yayi, desejou sucesso a Zuma, que, para além da prioridade dada à paz e à segurança, prometeu ainda apoiar o desenvolvimento económico e os direitos das mulheres africanas.

As melhorias da saúde e da educação do continente também nao foram esquecidas, numa lista de garantias para atingir um grande objectivo. A presidente da Comissão lembrou que, no próximo ano, a UA celebra 50 anos de vida. E por isso, segundo Dlamini-Zuma, é preciso definir e mostrar ao mundo onde é que a instituição "quer chegar nos próximos 50 anos".

"Todos estes desafios requerem uma estrutura organizacional que é equivalente à tarefa de implementar a nossa visão de uma África pacífica, próspera e integrada", explicou Zuma.

Para isso, a sul-africana promete unir esforços "com a Comissão Económica das Nações Unidas para África e o Banco de Desenvolvimento Africano", afirmando que as 3 organizações podem ter mandatos diferentes, mas são "complementares para fazer avançar a agenda africana".

Autora: Maria João Pinto
Edição: Renate Krieger


 

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