Dirigentes do PAIGC pedem "clarificação" sobre legislativas
16 de outubro de 2024A exigência do grupo, integrado entre outros pelo atual primeiro-ministro, Rui Duarte de Barros, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Carlos Pinto Pereira, consta de uma carta dirigida a Domingos Simões Pereira, a que a agência Lusa teve hoje acesso.
Datada de 14 de outubro, a carta, também assinada pelo atual ministro dos Combatentes da Liberdade da Pátria, Aly Hijazy, e pelo ministro das Pescas, Mário Mussante, pede ao líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que clarifique aos militantes se pretende ser primeiro-ministro ou candidato às eleições presidenciais.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, marcou para dia 24 de novembro a realização das eleições legislativas antecipadas, após dissolver, em dezembro de 2023, o Parlamento que era liderado pela Plataforma Aliança Inclusiva (PAI- Terra Ranka), uma coligação de partidos encabeçados pelo PAIGC.
Os signatários da carta dirigida a Simões Pereira afirmam que "é óbvio para qualquer observador atento" que este continua a se bater para ser Presidente da República, no que dizem ser "uma pretensão legítima".
Partido acima de interesses pessoais
Os dirigentes do PAIGC observam, contudo, que as pretensões de Simões Pereira não podem colocar em causa os interesses do partido e, por via disso, pedem uma clarificação sobretudo em relação a quem o vai substituir como candidato ao cargo de primeiro-ministro, em caso da vitória nas legislativas.
Os signatários da carta defendem que "parece estar a acontecer" um processo de substituição.
Nas últimas eleições legislativas realizadas em junho de 2023, Simões Pereira apresentou-se como cabeça-de-lista da coligação PAI-Terra Ranka e, com a vitória eleitoral, o partido indigitou o primeiro vice-presidente, Geraldo Martins, para o cargo de primeiro-ministro. Domingos Simões Pereira acabou por ocupar a presidência do Parlamento.