Dia dos Direitos Humanos: Pandemia agravou desigualdades
10 de dezembro de 2021A crise da Covid-19 "provocou um aumento preocupante das desigualdades, a começar pelas taxas desproporcionadas de infeção e morte nas comunidades mais marginalizadas", disse a Alta Comissária para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, numa mensagem em vídeo por ocasião do 73.º aniversário da adoção da Carta dos Direitos Humanos, que se assinala esta sexta-feira, 10 de dezembro.
A pandemia "contribuiu também para o aumento dos níveis de pobreza, fome e para a redução do nível de vida", enquanto aumentaram os protestos, a instabilidade social e os conflitos, sublinhou a Alta Comissária.
As mulheres, os trabalhadores informais, os idosos e os mais jovens estão entre os mais atingidos pela pandemia e as suas consequências socioeconómicas, mas também as pessoas com deficiências e membros de minorias étnicas e religiosas, sublinhou Bachelet.
A desigualdade também aumentou entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento, tendo em conta que as previsões sugerem que em 2022 os primeiros terão crescimento económico, enquanto os últimos continuarão em recessão.
Momento crítico da política mundial
Estas divergências "foram agravadas pela taxa de vacinação incrivelmente desigual", disse Bachelet, recordando que nos países de alto rendimento, em média, 65% dos adultos receberam pelo menos uma dose de vacina anti-Covid, enquanto nas economias mais pobres a percentagem cai para 8%.
Bachelet lembrou ainda que, juntamente com a crise de saúde, o mundo está a atravessar outra crise ambiental, com 15.000 mortes e 98 milhões de pessoas afetadas em 2020 devido a desastres climáticos.
"Estamos num momento crítico da política mundial, em que o mundo ainda não recuperou da pandemia e está a tentar, por outro lado, fazer as mudanças radicais necessárias para evitar outras catástrofes ambientais futuras", alertou a antigo Presidente do Chile.