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Dhlakama encontra-se com Guebuza se exército sair

Matias, Leonel3 de julho de 2013

O líder da RENAMO, Afonso Dalakama, condicionou esta quarta-feira (03.07) a sua participação num encontro com o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, à retirada das forças governamentais de Satunjira, na Gorongosa.

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O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição moçambicana, falava aos jornalistas em Satunjira, na Gorongosa, província de Sofala, onde se encontra instalado, após um encontro com uma missão do Observatório Eleitoral que foi até aquela região pedir a Dlakhama que se encontre urgentemente com Guebuza, para se ultrapassar a tensão política no país.

O Observatório Eleitoral tinha recebido anteriormente garantias de Armando Guebuza de que está disponível para realizar o encontro ainda esta semana, na capital moçambicana, Maputo.

Falando a partir da região de Satunjira após o encontro, Dlakhama concordou com o encontro, mas pôs algumas condições. "No dia em que o Presidente Guebuza retirar essas forças que estão a cercar Satunjira, na Gorongosa, eu posso ir a Maputo", anunciou o líder da RENAMO. "Mas como ele [Armando Guebuza] tem problemas em retirar essas forças, convido-o a vir já à Gorongosa para pormos termo a isso", acrescentou. "Quero garantir paz em Moçambique para todos", assegurou Dhlakama.

O presidente do Observatório Eleitoral, Dinis Matsolo, disse acreditar que o diálogo entre o Presidente mocambicano e o líder da RENAMO poderá produzir consensos. E prometeu levar os posicionamentos de Dlakhama até Guebuza. "Encontramos uma abertura total para qualquer que seja a possibilidade de encontrar formas de ultrapassar o impasse e estamos bastante satisfeitos com isso", declarou no final do ecnontro.

Dalakama garante não voltar à guerra

Os esforços da missão do Observatório Eleitoral na busca de uma situação pacifica seguem-se ao clima de tensão política que se instalou nos últimos meses no país. A RENAMO ameaçou interditar a circulação de pessoas e bens no troço entre Muxúnguè e o rio Save, na estrada nacional que liga o sul, centro e norte do país, assim como a circulação de comboios na via que liga Moatize ao porto da Beira. Registaram-se vários ataques que resultaram em civis mortos e feridos, para além de danos materiais elevados.

Esta quarta-feira, no entanto, Afonso Dalakama garantiu que não vai retornar à guerra. "Não há guerra em Moçambique. Quero tranquilizar os moçambicanos", declarou. "Tenho escutado na rádio e na televisão que a solução está nas mãos do Guebuza e do Dhlakama. O Dhlakama sou eu e eu não tenho problemas", garantiu ainda o líder da RENAMO. "O meu povo reconhece o meu papel", acrescentou.

O encontro entre o Observatório Eleitoral e o líder da RENAMO decorreu na véspera de mais uma ronda negocial entre o Governo e partido da oposição, proposta pelo Executivo para, entre outros pontos preparar, o encontro Dlakhama e Guebuza. Até agora, as negociações, que já vão na sua oitava ronda, terminaram sempre num impasse.

É opinião aparentemente generalizada em Moçambique de que a solução para a crise política que se vive no país passa por um frente a frente entre Guebuza e Dlakhama.