Covid-19: São Tomé não vai suspender vacina da AstraZeneca
20 de março de 2021Em conferência de imprensa com os representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), o ministro da Saúde de São Tomé e Príncipe, Edgar Neves, defendeu que a AstraZeneca é uma vacina "segura e eficaz".
"A vacina da AstraZeneca é segura e eficaz e perante isto, muitos dos países que tinham optado pela suspensão vão retomar esta vacina", disse Edgar Neves, apoiando as suas declarações em informações que o Governo recebeu da Agência Europeia do Medicamento (EMA).
A campanha de vacinação contra a Covid-19 teve início em 15 deste mês, com o primeiro-ministro Jorge Bom Jesus, o Presidente da República, Evaristo Carvalho, os ministros da Saúde e dos Negócios Estrangeiros, o presidente do governo regional do Príncipe e os representantes do sistema das Nações Unidas, da OMS e da Unicef a serem os primeiros vacinados.
"Esclarecer as populações"
"Essa conferência de imprensa é no sentido de esclarecer as nossas populações, ao povo de São Tomé e Príncipe, a todo o cidadão residente neste país que nós aconselhamos a não hesitarem a serem vacinados pela vacina da AstraZeneca", explicou Edgar Neves.
A representante da OMS afastou o receio de efeitos secundários da vacina sobre a população, sublinhando que a organização "está em permanente contacto com a Agência Europeia do Medicamento para conhecer a evolução da situação".
"Nós apelamos à população de São Tomé e Príncipe para serem vacinadas, é uma grande oportunidade. Por favor, vem, vacina-te. Se eventualmente acontecer algum problema informa o pessoal da saúde e análises serão feitas para ver se aconteceu algum efeito secundário da vacina", afirmou Anie Ancia.
AstraZeneca: mais 24 mil doses
O representante da Unicef defendeu também que a AstraZeneca é eficaz e anunciou para abril a chegada de mais 24 mil doses da vacina, estando previstas outras 48 mil doses em maio próximo, totalizando 96 mil doses "prometidas pela facilidade Covax", plataforma promovida pela OMS com outras entidades.
Depois de uma investigação dos especialistas da EMA nos últimos dias, um responsável do regulador europeu garantiu que a administração da vacina da AstraZeneca "não está associada a um aumento do risco de eventos tromboembólicos responsáveis pelos coágulos sanguíneos" nalguns dos vacinados com o fármaco.
A posição surge depois de nos últimos dias vários países europeus, incluindo Portugal, terem decidido por precaução suspender a administração da vacina da AstraZeneca após relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com o fármaco. A maioria dos países, entretanto, anunciou já que irá retomar a vacinação.
São Tomé e Príncipe registou 2.123 casos e 34 óbitos devido ao novo coronavírus.