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Covid-19: Pandemia gera demissões em Moçambique

16 de abril de 2020

Quase a metade dos trabalhadores do setor de Turismo são demitidos somente em Inhambane, onde crise pode afetar mais de 5 mil pessoas. Representantes da categoria querem negociar solução com Governo.

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Covid-19 und Arbeitslosigkeit in Inhambane Afrika Mosambik
Foto: DW/L. da Conceição

A pandemia de Covid-19 está a aumentar o número de pessoas desempregadas na província de Inhambane, no sul de Moçambique. Um dos setores da economia mais afetados pelo esfriamento da economia é o Turismo, porque muitas pessoas não só em Moçambique, mas em outros países são orientadas a suspender viagens e permanecer em casas como medida preventiva.

Em Inhambane, o setor emprega o maior número de trabalhadores, por isso a Associação de Turismo pede o apoio do Governo, principalmente para garantir o pagamento de salários por alguns meses.

O presidente da entidade, Yassine Amugi, diz que a crise pode impactar entre 4 mil e 5 mil empregos no setor. "É uma cadeia de valores enormes. Se calhar, duas vezes maior do que o próprio emprego direto. Há um operador turístico em estruturação que tem 2 mil trabalhadores e suspenderá 900”, informa Amugi.

Covid-19 und Arbeitslosigkeit in Inhambane Afrika Mosambik
Pandemia faz desemprego aumentarFoto: DW/L. da Conceição

Impacto em outros setores

A crise económica provocada pela pandemia agrava a situação numa província que já contabiliza 10 mil desempregados. Estima-se que o setor de Turismo não seja o único afetado.

João dos Santos trabalha como gerente de um estabelecimento comercial. O cidadão português radicado em Moçambique diz que a empresa já marcou reunião com os trabalhadores para discutir o futuro dos seus contratos. Existe o risco de demissão em massa por causa da pandemia.

"Vamos negociar com trabalhadores e ver todos os gastos. Esperamos que bons tempos virão... Daqui a dois ou três meses fique melhor. Acho que o mundo intero vai sofrer muito. Moçambique está a sofrer, mas tem países que ainda estão piores com a quarentena total".

Carlos de Sousa José é segurança num estabelecimento comercial em Inhambane e diz que todos seus colegas, mais de 50 pessoas, receberam ordem de suspensão até segunda ordem. A empresa explicou que adotou a medida devido à pandemia.

Mosambik Salimo Alberto
Turismo e comércio ambulante é especialmente afetadoFoto: DW/E. Saúl

"Estão em casa até acabar esta doença. A pousada está fechada desde semana passada. Desde sexta-feira passada, não estão a trabalhar e todos estão em casa”, diz o segurança.

"Devem ativar a segurança social”

O representante da Direção Provincial da Cultura e Turismo, Alfredo Wetimane, informa que 70 empresas comunicaram encerramento de atividades por tempo indeterminado. Wetimane garante que está a ocorrer uma averiguação do que se passa com as empresas.

"O setor privado está a tomar a peito a negociação coletiva - que é a esfera ideal para este tipo de caso em que há situação de pandemia. Nós aconselhamos para não demitir ninguém. A inspeção do trabalho também está a peito. Fazemos monitoria de tudo o que está a acontecer no terreno”.

O jurista Hilofero da Conceição defende que empresas e Governo cumpram com o que está previsto em lei, principalmente agora, quando o estado de emergência está em vigor.

"O despedimento para este caso de coronavirus é uma falsa questão. É uma verdadeira questão de oportunismo. Esta graduação que passa por 75%, 50% e até 25%, eles devem ativar segurança social”.

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