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SaúdeÁfrica do Sul

Produção de vacinas em África é "momento transformativo"

Lusa
30 de novembro de 2021

A produção de vacinas surge de um acordo entre a empresa farmacêutica sul-africana Aspen e a multinacional Johnson&Johnson, que vai ceder a fórmula.

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Südafrika Covid-19 Impfung in Soweto
Foto: Siphiwe Sibeko/REUTERS

A empresa farmacêutica sul-africana Aspen e a multinacional Johnson&Johnson anunciaram, esta terça-feira (30.11), um acordo para a produção de vacinas contra a covid-19 a partir da fórmula da segunda, a comercializar sob a designação "Aspenovax" e destinadas a África.

O acordo pressupõe que a Aspen disporá agora de uma licença de propriedade intelectual para o fabrico com a sua designação comercial.

Numa videoconferência de imprensa realizada, esta terça-feira, para anunciar o acordo, Adrian Thomas, vice-presidente de Estratégia Global de Johnson&Johnson, disse que, face aos baixos níveis de vacinação em África, a empresa considerou que tinha "de fazer algo diferente" e que estão "orgulhosos" de estar ligados a este "marco".

Südafrika Corona Impfung
Segundo OMC, apenas cerca de 3% das pessoas dos países de baixo rendimento estão completamente vacinadas, 7% em África.Foto: Themba Hadebe/AP Photo/picture alliance

Adrian Thomas acrescentou que, sem uma partilha mais equitativa de vacinas, a pandemia não chega ao fim e salientou ser necessária uma produção independente "em África pela África" e pediu ao mundo um plano de apoio para o continente.

"Este é um momento realmente transformativo", considerou, por seu lado, a diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África, Matshidiso Moeti, que também participou na videoconferência, juntamente com outras autoridades sanitárias e políticas continentais.

Para Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), a emergência da nova variante Ómicron é mais "um sinal" da necessidade de "redobrar" os esforços para garantir a equidade vacinal.

 "Apenas cerca de 3% das pessoas dos países de baixo rendimento estão completamente vacinadas, 7% em África, comparado com os dois terços na Europa (...) Quanto mais se demorar com maior número de pessoas por vacinar, maior será o risco do aparecimento de novas mutações do vírus", vincou Okonjo-Iweala.

A sul-africana Aspen, que é a maior produtora farmacêutica do continente, disporá pelo menos até finais de 2026 desta licença, que inclui também a potencial produção futura de fórmulas modificadas da vacina para novas variantes. 

A divulgaçãoda produção de vacinas surge na sequência do recente anúncio, por parte de cientistas e autoridades sanitárias da África do Sul, da deteção de uma nova variante do coronavírus, batizada posteriormente pela OMS como Ómicron.

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