Covid-19: Estádios da Bundesliga voltam a ser limitados
2 de dezembro de 2021Os jogos da Bundesliga terão mais uma vez uma capacidade limitada dos estádios enquanto a Alemanha luta contra uma quarta vaga da pandemia da Covid-19.
O Governo e oficiais do Estado alemão concordaram em permitir apenas até 50% de capacidade em recintos desportivos com um limite máximo de 15.000 para recintos exteriores e 5.000 para recintos interiores.
Suspensão dos jogos volta à baila
As medidas incluem também um mandato de máscara, o encerramento de lugares em pé e as chamadas regras "2G", o que significa que apenas as pessoas vacinadas ou recuperadas da Covid-19 serão autorizadas a entrar nos recintos desportivos. Em regiões com altas taxas de infeção poderá haver jogos à porta fechada ou, em último recurso, suspensão das partidas.
O anúncio desta medida surge num dia em que a Alemanha registou mais de 73 mil infetados. Partes do país, especialmente no estado oriental da Saxónia e em algumas partes da Baviera, registaram, nos últimos sete dias, uma taxa de incidência de mais de mil casos por 100.000 habitantes.
O futebol alemão conhece bem o chamado "Geisterspiele," ou "jogos-fantasma" numa tradução livre. Após da suspensão da Bundesliga durante dois meses (março a maio de 2020), o final da época 2019/20 foi jogado à porta fechada, e a maioria dos jogos durante a época de 2020/21 decorerram também sem espectadores.
Bundesliga "compreende" as medidas
A DFL, a instituição que opera as duas principais divisões da Alemanha, disse que a decisão era "compreensível", mas apelou aos decisores políticos para desenvolverem uma estratégia mais eficaz para atacar a situação do coronavírus no país.
"É lamentável que, devido às condições da pandemia e à ainda baixa taxa de vacinação na Alemanha, sejam necessárias restrições em muitas áreas sociais", disse o presidente da DFL, Christian Seifert.
"Esta situação necessita de uma estratégia sofisticada, compreensível e, acima de tudo, eficaz por parte dos decisores políticos".
Uma restrição temporária do acesso dos adeptos aos estádios é, portanto, compreensível.
"A DFL espera que esta decisão dos governos federais lance as bases para uma rápida melhoria da situação pandémica".
Políticos pedem moderação
Antes da decisão anunciada, alguns políticos alemães tinham pedido que os jogos de futebol fossem disputados à porta fechada.
"Se os mercados de Natal estiverem fechados, é irracional ter estádios cheios", disse o primeiro-ministro estadual da Baviera, Markus Söder, no início desta semana.
Para o homólogo de Söder na Renânia do Norte-Vestefália, Hendrik Wüst, uma proibição total de entrada nos estádios não faz sentido.
"Penso que não estamos melhor com isso, porque as pessoas ainda assim saem para ver os jogos", disse Wüst, aludindo aos adeptos que se reunem em "bares para ver os jogos".
Mas Wüst, cujo estado tem uma taxa de incidência de pouco mais de metade da média nacional da Alemanha, apoia a redução da capacidade dos estádios e criticou o facto do jogo do passado sábado (27.11) entre o Colónia e Borussia Mönchengladbach ter tido 50 mil espectadores.
"O crucial é que imagens como a do fim-de-semana em Colónia não voltem a acontecer", disse.
Clubes vão sofrer financeiramente
Alguns clubes da Bundesliga já começaram a fechar as portas aos adeptos. Na Saxónia, duramente atingida pela nova vaga da pandemia, o RB Leipzig registou múltiplos casos de coronavírus entre os seus jogadores e pessoal técnico e realizou o último jogo contra o Leverkusen numa RedBull Arena à porta fechada. O jogo da Liga dos Campeões da próxima semana contra o Manchester City também não terá adeptos.
Mas há quem rejeite os chamados "jogos fantasma" como a resposta adequada à atual situação da Alemanha.
"Não considero os jogos fantasmas proporcionais", disse o CEO do FC Augsburg, Michael Ströll, acrescentando ainda que é possível "implementar bem o controlo de infeções nas condições atuais e nos conceitos de higiene existentes, que são considerados exemplares a nível mundial".
Os clubes alemães também ainda estão a recuperar do efeito que os estádios vazios têm tido nas receitas, pelo que alguns temem que outra fase de jogos à porta fechada possa "rebentar" financeiramente vários clubes.