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Moçambique: Confrontos entre Governo e RENAMO causam vítimas

Leonel Matias (Maputo)14 de agosto de 2013

As duas partes confirmaram, na terça-feira (13.08), que houve confrontos, no fim de semana anterior, na região de Pandje, província de Sofala. A RENAMO diz ter morto 36 soldados, já o governo fala de uma vítima mortal.

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Homens armados da RENAMOFoto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images

As forças do Governo moçambicano e do principal partido da oposição divergem em relação às circunstâncias em que se deu o incidente e ao número de baixas registadas. Certo é que o conflito aconteceu no sábado (10.08), na região de Pandje, em Sofala, uma província que tem sido palco, nos últimos meses, de confrontos entre as forças das duas partes.

Autoridades e RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana) trocam acusações. O porta-voz do principal partido da oposição, Fernando Mazanga, acusa as forças governamentais de terem lançado o ataque: “um contingente composto por 225 elementos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e da Força de Intervenção Rápida (FIR) atacou a segurança da RENAMO, usando armas de guerra de alto teor bélico”, atira.
Já o porta-voz da Polícia, Pedro Cossa, tem outra versão dos acontecimentos. “Uma patrulha nossa, na zona de Pandje, foi confrontada com um contingente da RENAMO. O que levou a uma situação de troca de tiros, não protagonizada por 250 homens fortemente armados como o porta-voz da RENAMO deu a entender”.

Fernando Mazanga, da oposição, afirma que a operação resultou em baixas do lado das forças governamentais. “Os seguranças da RENAMO responderam prontamente ao fogo das FADM e FIR, causando 29 baixas e 37 feridos entre graves e ligeiros. No dia seguinte (11.08), há uma nova investida das forças do Governo, tendo sido de novo prontamente repondida e foram abatidos sete filhos desta pátria”, avança o porta-voz do principal partido da oposição.

O porta-voz da Polícia, Pedro Cossa, diz que do lado das forças governamentais registaram-se apenas duas baixas: “nós tivemos um ferido ligeiro e um ferido grave que veio a perecer, um colega das Forças Armadas de Defesa de Moçambique. As nossas forças conferiram no local um corpo que foi abandonado pelas pessoas que empunhavam armas do lado da RENAMO”, garante Pedro Cossa.

Clima de tensão agrava-se

As informações entre Governo e o principal partido da oposição moçambicana diferem mesmo após o violento incidente registado. Depois da troca de tiros, o porta-voz da RENAMO, Fernando Mazanga, afirma que as forças governamentais “saíram em debandada, tendo deixado, no terreno, cadáveres, munições e roquetes, RPG-7, vulgo basucas”.
O porta-voz da Polícia nega. “Não deixamos no local nenhuma arma de fogo, não realizamos segundas tentaivas, nada disso aconteceu”, defende Pedro Cossa.

Os novos confrontos entre as forças do governo e a RENAMO, o principal partido da oposição, confirmam o agravamento do clima de tensão em Moçambique.

O incidente registou-se um dia depois de o Governo e a RENAMO terem falhado pela 14ª vez consecutiva mais uma ronda negocial (09.08), visando pôr fim à tensão política no país, num processo que se arrasta há mais de três meses (desde 02.05).

Confrontos entre forças do Governo e RENAMO causam vítimas em Moçambique

Mosambik Afonso Dhlakama 10.04.2013
Afonso Dhlakama, presidente da RENAMO, está em Gorongosa, província de Sofala desde outubro de 2012Foto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images
Konvois zwischen der Save-Brücke und Muxúnguè
Desde abril, os veículos na Estrada Nacional 1, no troço entre o Rio Save e Muxúnguè, região centro do país, circulam sob proteção de militares moçambicanosFoto: DW/E. Valoi
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