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Cinco candidatos disputam liderança da União Africana

Coletta Wanjohi | Glória Sousa
10 de dezembro de 2016

Pela primeira vez, a União Africana realizou, na sexta-feira (09.12), uma sessão dedicada aos candidatos à presidência da comissão. Apelaram a uma maior integração dos países membros.

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Foto: DW/C. Wanjohi

A votação final para a presidência da comissão da União Africana (UA) será em janeiro. Mas os cinco candidatos já se apresentaram na sede, em Addis Abeba, na Etiópia, esta sexta-feira (09.12). 

Os candidatos à sucessão de Nkosazana Dlamini-Zuma, que termina o mandato em janeiro de 2017, são a ministra dos Negócios Estrangeiros do Quénia, Amina Mohammed, o político da oposição do Chade Moussa Faki Mahamat, o senegalês Abdoulaye Bathily, atual representante especial das Nações Unidas para a África Central, a chefe da diplomacia do Botsuana, Pelonomi Venson-Moitoi, e o seu homólogo da Guiné Equatorial, Agapito Mba Mokuy.

A sessão em Addis Abeba foi transmitida em direto para o continente africano. Mas em vez de um debate, os candidatos dirigiram-se à audiência, em jeito de apresentação, sem perguntas surpresa por parte dos moderadores. 

Äthiopien Debatte der Präsidentschaftskandidaten der Kommission der Afrikanischen Union
Em vez de debate, os candidatos apresentaram-se e responderam a várias questões perante audiêncoaFoto: DW/C. Wanjohi

Fonte próxima da comissão da UA disse que "houve questões sobre a modalidade do debate que não ficaram resolvidas". Os Estados-membros rejeitaram, no início, a realização do debate. E, num compromisso, os países com candidatos acordaram as suas próprias modalidades, sendo lançadas quatro perguntas a cada um dos candidatos, sem interrupções permitidas por parte dos moderadores.

Os candidatos mostraram unanimidade em relação a questões prementes do continente africano. Apelaram a um maior envolvimento dos jovens na UA e a uma maior integração dos países membros. Lamentaram a falta de vontade política para resolver os problemas financeiros da organização e a consequente dependência financeira de atores externos.

O próximo presidente da comissão da UA deverá ser escolhido porque Dlamini-Zuma recusou um segundo mandato. Tradicionalmente, os líderes da organização variam entre as várias regiões do continente. Em 2012, a anglófona Dlamini-Zuma, da África do Sul, substituiu o francófono Jean Ping, do Gabão.

Opiniões dos candidatos

Amina Mohamed, do Quénia 
"Temos de abordar as causas dos conflitos, que são: fraca igualdade étnica, escassez, desigualdades, ausência de Estado de Direito e de boa governação. Ouso dizer que a União Africana tem bons instrumentos. Agora é uma questão de implementar o que todos acordámos."

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Amina Mohamed, ministra dos Negócios Estrangeiros quenianaFoto: DW/C. Wanjohi

Abdoulaye Bathily, do Senegal 
"As causas dos conflitos continuarão presentes enquanto os nossos líderes políticos não conseguirem gerir os desafios da diversidade nos nossos países - diversidade religiosa, política, cultural, regional. Se optarmos por uma das identidades, teremos conflitos."

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Abdoulaye Bathily, representante especial da ONU para a África CentralFoto: DW/C. Wanjohi

Agapito Mba Mokuy, da Guiné Equatorial 
"A falta de financiamento interno é um problema que se resolve com vontade. Como presidente da comissão da União Africana, vou promover discussões entre chefes de Estado, porque é inaceitável que a maioria dos países africanos pague as suas contribuições para outras instituições, como as Nações Unidas, e quando se trata da organização africana dizem que não têm fundos."

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Agapito Mba Mokuy, chefe da diplomacia da Guiné EquatorialFoto: DW/C. Wanjohi

Pelonomi Venson-Moitoi, do Botsuana
"Devemos assegurar que não educamos as nossas crianças apenas para a academia, devemos educá-las para que tenham algumas competências para se tornarem cidadãos úteis para a economia e para si próprios. A educação das mulheres tem valor, assim como a das crianças, para que haja paz no continente."

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A ministra do BotsuanaFoto: DW/C. Wanjohi

Moussa Faki Mahamat, do Chade
"Há preocupação sobre o terrorismo internacional, que se está a alastrar no mundo e África sofre com isso. Temos vindo a falar sobre jovens. Estes jovens estão a tornar-se vítimas de quem lhes dá emprego. Temos, portanto, de reforçar mecanismos, de assegurar um sistema de alerta precoce. Precisamos de vontade política."

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Moussa Faki Mahamat, candidato chadianoFoto: DW/C. Wanjohi