255 famílias desalojadas no Cunene devido às intensas chuvas
16 de março de 2017A informação sobre a quantidade de famílias afetadas em Onjiva, capital da província do Cunene, foi divulgada no final de uma visita de campo realizada a 16 de março pelo governador da província, Kundi Paihama, para verificação dos estragos das chuvas.
O governador provincial apelou à ajuda das autoridades centrais para acudir estas famílias afetadas, porque os meios de que a província dispõe são insuficientes.
"Após um estudo mais detalhado, com a colaboração dos técnicos, em pouco tempo vão ser apresentadas as prováveis soluções. Estamos a trabalhar para vermos as prioridades de execução que temos o mais rápido possivel. Só assim poderemos atacar o problema com os nossos meios e também solicitar ajuda ao Governo central porque aqui não temos meios suficientes", afirmou Kundi Paihama.
Também em declarações à imprensa, o administrador municipal de Cuanhama, Gonçalves Namueia, disse que foi feito o levantamento de todas as casas submersas, tendo-se cadastrado 255 famílias, que vivem em distintos bairros da cidade."Fez-se o levantamento de todas as casas submersas e todas foram cadastradas. 255 famílias que vivem em bairros distintos da cidade e onde, neste momento, o solo está saturado. Apesar da sucção que se está a fazer, principalmente no hospital e nas casas de dois bairros da cidade, a água continua a submergir do subsolo".
Criação de infraestruturas
Gonçalves Namueia acrescenta: "Achamos que a situação da cidade de Ondjiva é a retomada do projeto de execução das infraestruturas integradas que poderá ser uma solução definitiva para a situação que a cidade está a atravessar."
Enquanto isso, a população da região está aflita e muitas pessoas já começaram a abandonar as suas casas, como disse à DW Joaquim Moma, uma moradora em Ondjiva.
"A situação das águas, desde que as chuvas começaram a cair, é cada vez mais complicada. As pessoas estão a sair das suas casas porque, infelizmente, não conseguem enfrentar mais o volume das águas."
O serviço de proteção civil e bombeiros no Cunene diz que várias residências já tinham sido invadidas pelas cheias nos anos anteriores e, atendendo à precariedade do material usado na construção das casas, é possível que algumas desabem sob o peso das águas.
Paulo Raimundo Calunga é porta-voz do grupo técnico de proteção civil no Cunene: "Há um grande risco de alagamento, estas casas já sofreram alagamentos nos anos anteriores e, em alguns casos, até podemos prever a sua própria destruição, porque os materiais de construção são precários. Estamos perante uma situação de cheias que resultam da subida do nível anormal de água do rio Cuvelai”.Recorde-se que a província do Cunene voltou a receber chuvas intensas depois de cerca de cinco anos de seca consecutiva, que afetou perto de 500 mil pessoas.