Chuva causa mortes e desaloja famílias no Lubango
16 de dezembro de 2016A situação no Lubango é dramática. Muitas famílias perderam tudo e foram acolhidas por familiares e amigos. O bairro Hélder Neto, nos arredores da cidade, é o mais atingido. Entre os habitantes que ficaram sem casa está o funcionário público Miguel Matias, de 35 anos, e pai de três filhos.
"Fiquei muito triste, a minha casa caiu aqui com a chuva. A chuva foi demais", desabafou Matias em declarações à DW África. "Perdi algumas coisas e a maior parte da minha roupa foi levada pela água, além da louça, dos documentos pessoais. Estou mesmo assim: zero".
Mariana Gonçalves Garcia, de 39 anos, foi acolhida por uma vizinha. A doméstica, mãe de quatro filhos, apela à intervenção da administração municipal. "Nós pedimos ao administrador municipal do Lubango para atender nessa parte a nossa preocupação", disse a moradora.
Casas em zonas de risco
As autoridades administrativas locais dizem que a população não acatou às orientações e construíram casas em zonas de risco.
António Abrantes, administrador do bairro Hélder Neto, garante que a situação está a ser acautelada, mas não adiantou que ajudas concretas estão a receber os desalojados.
"Temos 61 casas que caíram, cujos problemas estão a ser resolvidos a nível superior. Temos estado a conversar com os moradores. Tudo isto aconceteu por causa da desobediência dos nossos moradores", diz o admnistrador António Abrantes.
Faltam pára-raios
Por outro lado, o Serviço de Proteção Civil da Huíla está preocupado com a falta de pára-raios. Nos últimos dias, as descargas eléctricas provocaram duas vítimas mortais, lembra o porta-voz da instituição, Inocêncio Hungulo.
"No município do Kuvango, na comuna de Ngalangui, no bairro Mandume, uma descarga elétrica atmosférica vitimou o nacional que em vida respondia pelo nome de Jeremias Soares, de 19 anos. O mesmo encontrava-se na sua residência. Já no município de Chicomba, bairro Combatente, vitimou-se a nacional Balbina Chilombo", relata Hungulo.