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Chefe da diplomacia da UE entrega equipamento a Moçambique

Lusa
8 de setembro de 2022

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, começa hoje uma visita de dois dias a Moçambique, onde se reúne com o Presidente Filipe Nyusi e entrega equipamento não bélico para apoiar combate em Cabo Delgado.

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Foto: picture-alliance/Zuma/N. Landemard

O alto representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança da União Europeia (UE) deverá reunir-se hoje com o chefe de Estado moçambicano e com a ministra dos Negócios Estrangeiros, Verónica Macamo. 

Na sexta-feira (09.09), Borrell vai visitar a Missão de Formação Militar da União Europeia (EUTM Moçambique), no campo de treino da Katembe, margem sul de Maputo, "onde vai testemunhar a cerimónia de entrega de equipamento financiado pelo Mecanismo de Paz Europeia".

O reforço de equipamento para as tropas que a UE está a formar tem sido um pedido feito pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e inclui material não bélico, como fardamentos e material de apoio à logística militar no terreno.

Lemos Pires (na foto) cede lugar a Martins de Brito
Lemos Pires (na foto) cede lugar a Martins de BritoFoto: Romeu da Silva/DW

Na ocasião, Borrell vai ainda participar na cerimónia de mudança de comando da EUTM Moçambique: o brigadeiro general Lemos Pires cede lugar a outro português, o comodoro Martins de Brito. 

A missão apoia o treino de unidades de reação rápida das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e conta com 119 membros de 12 países. Portugal assume o comando da missão e é o país com o maior contingente, atualmente de 68 militares dos três ramos das forças armadas e GNR.

Segurança alimentar na agenda

Além de Cabo Delgado, Borrel tem uma agenda com outros temas, como as implicações da guerra na Ucrânia, nomeadamente o impacto sobre a segurança alimentar e a situação geopolítica global.

No sábado (10.09), Borrell seguirá viagem de Moçambique para o Quénia.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, é aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano por forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas, mais perto de Pemba, capital provincial, e na província de Nampula.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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