Centenas protestam contra a junta militar no Chade
12 de setembro de 2021No Chade, diversas organizações da sociedade civil apelaram ao protesto contra o estatuto do Conselho Militar de Transição (CMT), liderado pelo filho de Idriss Déby, Mahamat Idriss Déby Itno.
As marchas, organizadas regularmente desde a morte do antigo Presidente, em abril, denunciam também a atitude da França, uma antiga potência colonial, que parte da oposição acusa de apoiar o novo Governo.
"O Chade não é um reino", "não ao apoio da França ao sistema Déby de pai e filho", lia-se nalgumas das bandeiras dos manifestantes.
Destacamento policial
O protesto, autorizado, foi controlado por um grande destacamento policial. Ocorreu sem incidentes, de acordo com um jornalista da agência de notícias AFP no local.
Succès Masra, um fervoroso opositor do Déby e fundador do movimento político "Os Transformadores", participou pela primeira vez nestes protestos.
"Nem que seja pela memória dos nossos mártires, nunca devemos desistir da luta", disse ele aos meios de comunicação social. A 27 de abril, seis pessoas foram mortas em N'Djamena e no sul do Chade, segundo as autoridades, e nove, segundo uma ONG local, durante manifestações que tinham sido proibidas.
Revisão do estatuto
"Hoje estamos a marchar para exigir a revisão do estatuto que rege a transição e para denunciar os decretos estabelecidos pelos comités de diálogo não inclusivos", disse Max Loalngar, porta-voz de Wakit Tamma, uma plataforma da oposição, à AFP.
Após a morte do Presidente Déby a 20 de abril, Mahamat Idriss Déby Itno, 37 anos, prometeu eleições "livres e democráticas" na sequência de um diálogo nacional que deveria reconciliar todos os chadianos.
O período de transição é de 18 meses, embora possa ser renovado, algo que a junta não excluiu. Mahamat Idriss Déby detém quase todos os poderes e recebeu os títulos de Presidente da República e comandante supremo do exército.