Beira: Centenas marcham em repúdio por assassínios na região
12 de novembro de 2022Centenas de pessoas, maioritariamente prostitutas, marcharam este sábado por algumas avenidas da cidade da Beira, capital da província de Sofala, centro de Moçambique, contra uma onda de assassinatos misteriosos que tem visado principalmente mulheres.
"Estamos a pedir socorro, estamos a morrer, já está demais para nós, trabalhadoras de sexo", disse Hermelinda Sueira, aos jornalistas, durante a marcha.
Sueira afirmou que algumas vítimas foram mortas por desconhecidos que as seduziram a deixar a prostituição para empregos supostamente mais bem remunerados.
"Mas quando chegam ao local [do suposto emprego], a história é outra, espancam, violam e assassinam", narrou.
Ataque aos direitos humanos
Cheila Davide, uma ativista social, avançou que os homicídios de mulheres são um ataque aos direitos humanos deste segmento da sociedade.
"É triste que isto esteja a acontecer aqui na cidade da Beira. Queremos paz, não é possível circular à vontade", afirmou Davide.
A ativista defendeu a intensificação do policiamento e da vigilância nos bairros da cidade da Beira para o estancamento da violência.
Pelo menos 13 casos de homicídio foram registados nas últimas quatro semanas em Sofala, dos quais nove na Beira, capital provincial, segundo Dércio Chacate, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM). Chacate anunciou a detenção de vários suspeitos na onda de assassínios que abala a cidade da Beira.
A onda de assassínios, na sua maioria com sinais de violência, que tem sido registada desde outubro na Beira, está a alarmar a população dos bairros precários que circundam a capital provincial.