Guiné-Bissau: CEDEAO vai discutir novo impasse político
29 de abril de 2019A missão da CEDEAO, liderada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Geoffrey Onyeama, vai reunir-se com o Presidente José Mário Vaz, com o primeiro-ministro Aristides Gomes e com representantes da comunidade internacional, incluindo a União Africana e União Europeia.
A informação foi confirmada à agência de notícias Lusa por fontes da CEDEAO e também do Ministério dos Negócios Estrangeiros nigeriano. De acordo com as fontes citadas pela Lusa, a reunião também contará com membros dos partidos políticos com assento parlamentar.
O mais recente impasse político da Guiné-Bissau surgiu a 18 de abril, logo após a cerimónia de tomada de posse dos novos deputados com a eleição da mesa do Parlamento.
Novo impasse
Depois de os deputados terem reconduzido no cargo Cipriano Cassamá, do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) primeiro vice-presidente, o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), segundo partido mais votado nas legislativas, não conseguiu fazer eleger para o cargo de segundo vice-presidente do Parlamento o seu coordenador nacional, Braima Camará. Agora, o Madem-G15 recusa avançar com outro nome para o cargo.
Por seu turno, o Partido de Renovação Social (PRS), terceira força mais votada nas legislativas de 10 de março, também reclama a indicação do nome do primeiro secretário da mesa do Parlamento.
PRS e Madem-G15, que assinaram um acordo de incidência parlamentar e juntos têm 48 deputados, têm acusado a nova maioria parlamentar de não querer chegar a consensos, enquanto o outro grupo – que inclui o PAIGC, a APU-PDGB, a União para a Mudança e o Partido da Nova Democracia, com um total de 54 deputados – defende que está a cumprir a lei.
Quase dois meses depois da realização das legislativas na Guiné-Bissau, o novo primeiro-ministro guineense continua sem ser indigitado, apesar de o Parlamento já ter enviado para o Presidente José Mário Vaz o dossier da constituição da mesa do órgão legislativo, sem o segundo vice-presidente, e ter comunicado estarem reunidas as condições para a formação do Governo.
A CEDEAO tem mediado a crise política que existe no país desde 2015 e que nem com as eleições legislativas de 10 de março foi ultrapassada.