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SociedadeCabo Verde

Suspeito de atear fogo na Serra Malagueta novamente detido

Lusa
9 de abril de 2023

O alegado autor do incêndio na Serra Malagueta, ilha de Santiago, em Cabo Verde, que provocou nove mortos durante o combate às chamas, voltou a provocar novo fogo no mesmo local, anunciou o Governo.

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Foto: Aziz Ary/Image Source/IMAGO

Em nota divulgada ao início da noite deste sábado (08.04), o Ministério do Agricultura e do Ambiente de Cabo Verde refere que o "suposto autor do incêndio da Serra Malagueta, que foi detido pela Polícia Nacional e depois solto, voltou a provocar fogo no mesmo local onde terá cometido o crime de incêndio florestal".

Acrescenta que o ministério, através do delegado no Tarrafal (ilha de Santiago), João Soares, "apresentou uma queixa na esquadra policial de Santa Catarina, em Assomada, contra o indivíduo”.

"Conforme o delegado, o pior só não aconteceu porque souberam da ocorrência a tempo. O Ministério da Agricultura e Ambiente, espera que as autoridades policiais e judiciais tomem medidas contra este indivíduo reincidente”, acrescenta a nota.

O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, destacou na quinta-feira o "engajamento patriótico" no combate ao incêndio que matou nove pessoas no Parque Natural Serra Malagueta (PNSM), mas pediu um inquérito "rigoroso" aos acontecimentos.

"Deve-se destacar a presença de quase 300 operacionais da Proteção Civil, das Forças Armadas e da Polícia Nacional que estiveram no terreno a combater as chamas. Trata-se de um engajamento patriótico em torno do bem comum que tem que ser devidamente destacado", disse o chefe de Estado, que visitou o local do incêndio ao final da tarde de quinta-feira.

José Maria Neves , candidate for presidential elections in Cape Verde
"É essencial que se faça um inquérito rigoroso sobre as circunstâncias do acidente", afirmou o Presidente da República, José Maria NevesFoto: Décio Barros/DW

"Inquérito rigoroso"

José Maria Neves chegou à Praia depois de uma visita aos Estados Unidos da América, tendo reconhecido no local do incêndio - que destruiu mais de 200 hectares daquela área natural 50 quilómetros a norte da capital - que o "envolvimento das comunidades vizinhas de Ribeira Prata, Figueira Muita, Fundura, Ribeira da Barca foi fundamental e deve ser saudado".

"É essencial que se faça um inquérito rigoroso sobre as circunstâncias do acidente que provocou a morte dos militares e uma avaliação aprofundada de todo o Sistema Nacional de Proteção Civil. Em função dos resultados devem ser tomadas medidas que se impõem, para prevenir situações desta natureza e melhorar significativamente o desempenho global da Proteção Civil", afirmou ainda José Maria Neves.

"Saúdo o facto de o Governo ter aprovado já pensões de sangue aos herdeiros daqueles que perderam a vida e recursos para recuperar as áreas destruídas. É preciso também prestar atenção àqueles que perderam os seus bens, de modo a serem ajudados na recuperação", acrescentou.

Em causa está o incêndio que deflagrou no sábado, pelas 10:30 (12:30 em Lisboa), na Serra Malagueta e Figueira das Naus. Durante o dia de domingo, uma viatura das Forças Armadas de Cabo Verde despistou-se cerca das 17:20 (19:20 em Lisboa), acidente que provocou a morte a oito militares, tendo ainda morrido nestas operações um técnico do Parque Natural Serra Malagueta.

O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMFA) de Cabo Verde, António Duarte, garantiu na segunda-feira que está em curso uma investigação às causas que provocaram o acidente que levou à morte de oito militares no combate a um incêndio.