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Cabo Delgado: ONG propõe diálogo com insurgentes

5 de maio de 2022

Relatório anual da ONG moçambicana Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), apresentado em Maputo, aponta o diálogo com os insurgentes como uma das soluções para acabar com a violência armada em Cabo Delgado.

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Militar em Cabo Delgado
Foto: Roberto Paquete/DW

Foi apresentado esta quinta-feira (05.05), em Maputo, o relatório anual da organização não-governamental Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD).

O documento aponta o diálogo com os insurgentes como uma das soluções para acabar com a violência armada na província de Cabo Delgado, à semelhança do que já tinha feito em outubro de 2021, e sugere ainda o desenvolvimento de projetos que impeçam os jovens de aderir aos movimentos extremistas.

O diretor do CDD, Adriano Nuvunga, quer que os mais novos sejam o motor do desenvolvimento.

"Porque somente assim os jovens, que compreendem melhor o desafio do seu tempo, podem ajudar a encontrar soluções. Mas também há a questão de que a extração de recursos, minerais em particular, tem que gerar desenvolvimento", explica.

Já o coordenador da Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), João Machatine, que tem estado a desenvolver vários projetos em Cabo Delgado, defende que é preciso procurar uma agenda e um rosto para o diálogo.

Mosambik | Adriano Nuvunga | Direktor des CDD
Diretor do CDD, Adriano Nuvunga, quer que os mais novos sejam o motor do desenvolvimentoFoto: Romeu da Silva/DW

"O terrorista tem cara, o insurgente tem cara, e toda e qualquer ação tem que ser dirigida, tem de ter um líder. Falta saber se este líder tem uma agenda clara. A 'cara' de que estamos à procura não é uma cara física, mas de uma agenda, qual é a agenda?", questiona.

Estabilidade na região

Para Adriano Nuvunga, o diálogo que é proposto pelo relatório visa procurar soluções para as preocupações das comunidades locais.

"Que o desenvolvimento que é experimentado noutras partes do país também possa ser verificado e beneficiar a população dessas zonas afetadas, somente assim podemos vencer os corações e as mentes nestas comunidades para poderem também participar", espera.

Segundo João Machatine, os projetos da ADIN têm estado a criar estabilidade social, económica e política, além de ajudarem a atrair mais jovens para a sua execução.

"Nesse sentido posso dizer que, com os nossos parceiros que estão ativos na região norte, já logramos muitos sucessos. Em resultado disso, hoje Macomia já é diferente, Quissanga e a sede de Palma estão a ficar diferentes, a própria Mocímboa da Praia, que foi dilacerada, está diferente", sublinha satisfeito.

No lançamento do relatório do CDD estiveram diversos círculos sociais, políticos e diplomáticos.

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