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Autarcas retomam projetos de governo no Norte de Mocambique

Delfim Anacleto
1 de setembro de 2022

Os ataques terroristas inviabilizam implementação de alguns programas de Governo em Cabo Delgado. Apesar do terrorismo, o partido governamental FRELIMO faz o balanço positivo do presente mandato.

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Mosambik | SAMIM | Gemeindeschule in Pemba
Foto: Delfim Anacleto/DW

O presente mandato das autarquias locais teve início em 2019, depois de um pleito eleitoral onde os cabeças-de-lista dos partidos vencedores, agora edis, apresentaram ao eleitorado vários planos de desenvolvimento das respetivas cidades e vilas.

Quando falta apenas um ano para o fim do presente mandato, algumas autarquias em Cabo Delgado, como Mocímboa da Praia, viram os seus projetos estagnados pelos ataques terroristas que assolaram a província.

A vila foi ocupada por cerca de um ano pelos terroristas, o que obrigou à retirada da população e de toda a administração municipal.

De acordo com o edil Cheia Momba de Mocímboa da Praia, os conflitos inviabilizaram a implementação de todos os programas préviamente aprovados para aquela região.

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Com a segurança garantida pelas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e os seus aliados do Ruanda e da SAMIM, mais de onze mil munícipes regressaram a Mocímboa da Praia.

O edil Cheia Momba quer retomar a implementação do seu plano administrativo, a começar pela reposição do que classifica como sendo "ações de impacto imediato"

Segundo Momba, o objetivo imediato é melhorar o estado das estradas. "Vamos reabrir as estradas. Não perdemos tudo, vamos reativar os trabalhos. Já estivemos em Montepuez para conversarmos com o empreiteiro que estava naquelas obras para avançar", disse Momba à DW África.

Embora não tenha registrado ataques, o município de Mueda foi dos que mais se ressentiu dos efeitos da insegurança. Um número significativo dos deslocados encontrou refúgio nesta autarquia. O edil Manuel Alavelave falou sobre o impacto dos ataques na sua governação. "Nós em Mueda fomos cinturão do terrorismo. Houve casos em que alguns empreiteiros fugiram, os bancos foram fechados, bombas de combustível foram fechadas, também alguns dos comerciantes saíram com os produtos” disse Manuel Alavelave, referindo ainda que o seu executivo teve que procurar combustível para poder abastecer os camiões e retirar os resíduos sólidos.

Muitos refugiados procuraram refúgio em Mueda
Muitos refugiados procuraram refúgio em MuedaFoto: Alfredo Zuniga/AFP

Os ataques terroristas tiveram também impacto na gestão do município de Montepuez. 

Cecílio Chabane, edil de Montepuez, disse à DW África que tinha planos para construir cinco salas de aula por ano. Relativamente à recolha dos resíduos sólidos,  Cecílio disse que fazia parte do plano fazer uma limpeza por dia, uma meta que também foi duplicada.

FRELIMO faz balanço positivo do desempenho das autarquias sob sua gestão 

Chabane disse reconhecer alguns avanços na implementação de alguns programas, apesar dos ataques terroristas, dando como exemplo a construção de mais estradas que mudaram a imagem de Montepuez.

A FRELIMO, partido no poder em Moçambique, reuniu-se esta semana com os edis e elencos das quatro autarquias dirigidas por esta força política em Cabo Delgado, para avaliar a implementação dos manifestos eleitorais.

No final da reunião o primeiro secretário da FRELIMO em Cabo Delgado José Elias Kalime, disse que, apesar das adversidades conjunturais, os manifestos eleitorais estão a ser cumpridos e com resultados concretos. Kalime afirmou que se registou maior eficácia, eficiência e efetividade no cumprimento dos programas de governação autárquica nos municípios sob a FRELIMO.

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