Cabo Delgado: 30 unidades de saúde continuam sem funcionar
25 de julho de 2023De acordo com um relatório do Health Cluster - unidade da OMS que junta esforços para prestar apoio de emergência em vários países -, sobre a atividade no norte de Moçambique, entre os 17 distritos afetados pelos ataques em Cabo Delgado, existem 148 unidades de saúde, mas 36 permanecem destruídas ou por recuperar.
Faltam condições básicas de vida
No documento, o Health Cluster contabiliza que 1,1 milhão de pessoas necessitam de apoio médico na região e que são necessários 17,8 milhões de euros para apoiar a atividade no norte de Moçambique.
"Os eventos de insurgentes na província diminuíram constantemente nos primeiros cinco meses do ano. Com o fim da época das chuvas e do Ramadão, a frequência de ocorrências está projetada para aumentar", aponta o relatório, de maio, e divulgado hoje.
Contabiliza igualmente que 391 mil refugiados de Cabo Delgado voltaram aos locais de origem, mas 781 mil continuam deslocados.
O conflito já provocou cerca de 4 mil mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
"A violência continuou a aumentar no distrito de Muidumbe, ocasionalmente no norte e centro de Macomia, com os insurgentes também a regressar a Meluco e Nangade. Os insurgentes relataram estar a usar a estratégia de 'corações e mentes', enfatizando que o que fazem não pretende causar nenhum dano e alertando os civis para não cooperarem com as forças de segurança.
Insurgentes ainda na sombra
Relatórios também apontam que algumas pessoas ao longo das comunidades costeiras em Macomia vivem pacificamente com os insurgentes", lê-se ainda no relatório do Health Cluster, neste caso citando como fonte o ACLED.
Ainda de acordo com a informação do Health Cluster, é necessário trabalhar em conjunto com o Governo para "reparar a infraestrutura danificada e fornecer suprimentos, equipamentos, medicamentos e pessoal necessários".
Entre as recomendações daquela unidade está também a discussão com os doadores de alterações aos projetos na região, face ao "elevado número" de refugiados que estão a voltar aos locais de origem.
Também defende que as autoridades governamentais, em conjunto com os parceiros de saúde, devem "aumentar os esforços para melhorar a vigilância da cólera e garantir a deteção imediata e notificação de casos e melhorar o compartilhamento de informações", tendo em conta o surto que ainda afeta aquela região.