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Cabo Delgado: Vandalização deixou 30 mil pessoas sem energia

Lusa
5 de julho de 2022

Pelo menos 30 mil pessoas ficaram sem energia devido à vandalização de transformadores nos últimos três anos por rebeldes em Cabo Delgado, no norte do país, anunciou a fonte da Eletricidade de Moçambique (EDM).

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Foto ilustrativaFoto: privat

Os grupos armados vandalizaram pelo menos 25 transformadores em Cabo Delgado, referiu Gildo Marques, diretor para a área de serviço ao cliente de Pemba, citado hoje pela Televisão de Moçambique.

O responsável avançou que pode haver mais transformadores vandalizados e pessoas afetadas nas regiões que estão sob proteção face à insegurança, pontos em que a EDM não tem ainda acesso.

Segundo Gildo Marques, a situação de insegurança em Cabo Delgado tem dificultado o cumprimento do plano de eletrificação da província, principalmente nos distritos a norte, região mais afetada pelos conflitos armados.

"Já havíamos planificado eletrificar dois postos administrativos da zona norte, no distrito de Palma, este ano, mas por causa da situação não foi possível", assim sendo teve de se "redobrar esforços para eletrificar, pelo menos, todos os postos administrativos do sul e centro", referiu o diretor.

Desde a melhoria da situação de segurança, com a entrada de forças estrangeiras em julho do ano anterior, a Eletricidade de Moçambique e outras entidades governamentais tem estado a repor as infraestruturas em alguns pontos onde foram destruídas.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.