Caçadores furtivos matam seis soldados nos Camarões
10 de fevereiro de 2018Segundo informações avançadas pelas autoridades locais à agência de notícias espanhola EFE, os militares sofreram uma emboscada, tendo os caçadores furtivos, que estavam fortemente armados, aberto fogo sobre eles.
Os caçadores seriam posteriormente apanhados por outros militares. Investigações preliminares indicam que os caçadores furtivos teriam chegado à área para obter presas de elefantes, a partir das quais é extraído o marfim.
Este parque nacional situa-se muito próximo da fronteira com o Chade e é o maior dos Camarões, com cerca de 220 mil hectares.
Também é o mais isolado, o que facilita as incursões de caçadores ilegais em busca do valioso marfim dos elefantes.
Entre 2012 e 2014, cerca de 300 elefantes da Bouba Ndjida foram mortos por supostos caçadores sudaneses, pelo que o Governo reforçou os soldados na área para prevenir ataques contra esses animais ameaçados.
Espécie em extinção
O elefante-africano pode desaparecer do habitat natural a curto prazo, vítima da caça furtiva para obter marfim, se não forem tomadas medidas imediatas.
Em 2015, numa conferência sobre o tema em Kasane, no Botsuana, Dune Ives, investigador da fundação filantrópica Vulcan, avisava que "dentro de cinco anos pode ser demasiado tarde para salvar este magnífico animal”.
A contagem de elefantes não é uma ciência exata num continente tão grande como África, mas segundo dados apresentados naquela conferência, havia cerca de 470.000 indivíduos em estado selvagem em 2013, contra os 550.000 de 2006.
Com 25.000 a 30.000 animais abatidos anualmente, a mortalidade excede a taxa de natalidade da espécie. Os elefantes têm apenas uma cria por cada gestação e esta dura 21 meses. Se a situação não se inverter, o elefante-africano está condenado ao desaparecimento por causa da caça furtiva, que visa as suas presas, em marfim, que têm como destino o mercado negro chinês.