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Burkina Faso nega aproximação a mercenários Wagner

Lusa
7 de abril de 2023

O Burkina Faso negou a aproximação ao grupo de mercenários Wagner, mas quer instrutores russos a treinar os seus soldados, após a compra de novos equipamentos a Moscovo e da expulsão dos soldados franceses.

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Burkina Faso | Russische Flagge bei Parade
Burkina Faso: Manifestação a favor do líder militar Ibrahim Traoré com bandeiras da Rússia, em outubro de 2022Foto: Sophia Garcia/AP Photo/picture alliance

"Pedimos ao governo russo, a propósito da colaboração bilateral entre o Burkina e a Rússia, que nos envie pessoas para treinar os nossos homens", afirmou o secretário-geral do grupo civil Save Burkina, Mamadou Drabo. Este grupo apoia a junta militar, que governa o país desde o golpe de Estado, que ocorreu em janeiro de 2022, contra o então Presidente Roch Marc Christian Kaboré.

Os rumores de que a junta militar estaria a aproximar-se do grupo russo de mercenários Wagner surgiu algumas semanas após a expulsão de centenas de soldados franceses.  

Burkina Faso | Soldaten in Ouagadoudou
Militares burkinabés fiéis ao novo homem forte Ibrahim TraoréFoto: Kilaye Bationo/AP Photo/picture alliance

Brukina Faso e Rússia: Venda de armas e acordos militares

Um relatório da Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transacional revelou que a venda de armas e os acordos bilaterais de cooperação militar entre a Rússia e alguns países africanos foram, em alguns casos, precursores do envio de tropas mercenárias de Wagner. O grupo Wagner, fundado por Yevgeny Prigozhin, milionário russo ligado ao Presidente Vladimir Putin, tem cerca de 1.000 soldados no Mali há mais de um ano.  
 

Em janeiro, o Burkina Faso ordenou a saída de cerca de 400 soldados franceses do país, cortando as relações militares com Paris. França mantém tropas na região Sahel, na África Ocidental, desde 2013, quando ajudou a expulsar extremistas islâmicos do poder. Contudo, tem enfrentado a resistência da população, que diz que a presença militar de França tem rendido poucos resultados face ao agravamento dos ataques jihadistas. 
 

A junta militar do Burkina Faso já referiu não ter nada contra o país, justificando a sua expulsão com a necessidade de diversificar os seus parceiros militares. 

USA Soldaten aus afrikansichen Ländern bei der Militärakademie in Jacqueville
Soldados do Burkina Faso participam num exercício militar nos Estados Unidos, em março de 2023Foto: Issouf Sanogo/AFP