Jornalista da DW detido durante protestos em Minsk
28 de março de 2021O correspondente da DW, Nicholas Connolly, foi detido no sábado (27.03), pela segunda vez numa semana, quando fazia imagens dos protestos anti-governamentais em Minsk.
"Estou bem. Acabei por perder cinco horas do meu dia. Em comparação com os jornalistas bielorrussos locais, estou numa posição muito privilegiada, tendo a minha empresa de comunicação social e a embaixada alemã ao meu lado", disse Connolly à DW depois de ter sido libertado.
Connolly, um cidadão alemão que tem acreditação de imprensa na Bielorrússia, foi mantido durante cerca de cinco horas numa esquadra de polícia antes de ser libertado.
A DW apelou às autoridades bielorrussas e ao embaixador da Bielorrússia em Berlim, Denis Sidorenko, para que libertassem imediatamente o jornalista Nicholas Connolly. O embaixador informou posteriormente à DW que o jornalista poderia ser apanhado na esquadra de polícia por um funcionário da Embaixada da Alemanha em Minsk, sem oferecer mais explicações.
"É escandaloso que tais métodos sejam utilizados para dificultar o trabalho dos jornalistas acreditados na Bielorrússia", disse o diretor-geral da DW, Peter Limbourg. "Mas não deixaremos que isso nos intimide nos nossos esforços para fornecer informação independente ao povo da Bielorrússia", acrescentou.
Limbourg agradeceu ao embaixador alemão em Minsk pelo seu "forte apoio".
Connolly, que cobre a Europa Central e Oriental para a DW, disse que as autoridades bielorrussas não lhe disseram do que foi acusado durante a sua detenção e que as autoridades estavam a tentar "criminalizar o jornalismo".
"Os jornalistas bielorussos estão expostos a um risco muito maior do que os repórteres dos média internacionais", acrescentou.
Muitos manifestantes detidos
A polícia deteve pelo menos 245 pessoas durante as manifestações de sábado contra o Presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, segundo o grupo de direitos humanos Viasna. Entre os detidos encontravam-se vários jornalistas.
Os protestos foram organizados pelo canal Nexta, a favor da oposição, na plataforma de mensagens Telegram, que os convocou.
Mas os ativistas reuniram-se, sobretudo, em grupos mais pequenos nas ruas.
O Governo bielorrusso advertiu que os manifestantes poderiam enfrentar acusações criminais.
As autoridades disseram que tinham aberto um processo criminal contra os autores da publicação que convocou as pessoas a regressarem às ruas.